Capítulo 19

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Eles chegaram ao posto de troca por volta do meio-dia – mais rápido do que o esperado, mas mais lento do que Lexa gostaria. As últimas horas foram dolorosas para a saúde de Clarke quando o veneno começou a consumi-la. Se fosse tarde demais, Lexa estava convencida de que ela seria a culpada.

Afinal, se ela não os tivesse feito viajar tão longe no dia anterior, haveria menos distância a percorrer até o posto de troca.

E se ela não tivesse chamado para acampar naquele local em particular, Clarke nunca teria encontrado a cobra.

E se ela não tivesse convencido Clarke a acompanhá-la nessa jornada, ela nunca estaria em risco assim.

Então ainda havia a possibilidade de que não houvesse antídoto aqui, o que fez com que um suor brotasse no pescoço de Lexa.

– Heda, – Ryder interrompeu os pensamentos tempestuosos de Lexa, guiando Clarke quase inconsciente para fora de seu cavalo. Com o braço em volta do ombro do guarda, ela mal conseguia ficar de pé.

O estômago de Lexa se revirou.

– Fiquem aqui, – ela ordenou.

Seus passos eram firmes quando ela entrou no pequeno prédio. Não havia outros clientes, apenas uma jovem que estava reorganizando alguns suprimentos nas prateleiras. Velas estavam espalhadas pela sala para oferecer iluminação suficiente e o cheiro doce de cera misturado com o pó de antiguidades.

A funcionária olhou para o novo cliente, sua expressão ficando surpresa quando encontrou o comandante.

– Heda, – a loira cumprimentou-a um pouco apreensiva.

Uma vez que Lexa percebeu que este era o dono do posto de troca, ela não perdeu tempo.

– Mostre-me seus antídotos.

O jovem comerciante acenou com a cabeça e Lexa a seguiu até uma prateleira perto da parede onde alguns frascos enferrujados e bolsas de ervas estavam dispostos: remédios básicos e reforços de vitaminas.

Lexa apertou a mandíbula, recusando-se a acreditar que isso era tudo o que havia.

– Onde está o resto?

– Heda, eu não...

– Antídotos – rosnou Lexa –, preciso do antídoto de veneno de cobra.

Os olhos do comerciante percorreram seu rosto, e Lexa percebeu que a mulher estava procurando por sintomas de envenenamento.

O comerciante franziu a testa, preocupado.

– Você é…

A raiva estava crescendo sob a pele de Lexa. Eles estavam perdendo um tempo valioso.

Antes que ela tivesse a chance de ameaçar adequadamente a mulher, houve uma comoção na porta e Clarke entrou tropeçando, apoiada por Ryder.

As duas mulheres interromperam a conversa. Com muito esforço, Clarke levantou a cabeça para olhar para eles. Embora ela ainda estivesse consciente, seus olhos estavam turvos.

Lexa sentiu seu peito apertar. Depois de todos os perigos no chão, depois de tudo que eles sobreviveram, Clarke não poderia morrer por uma picada de cobra. Apenas parecia... errado.

– Clarke?

Do jeito que as coisas estavam, Lexa não teve tempo para se perguntar por que o nome de Clarke caiu tão facilmente dos lábios do comerciante.

– Ela precisa se deitar, – Lexa disse à mulher, cujos olhos corriam para frente e para trás enquanto ela parecia processar a situação.

– Sha –, ela finalmente concordou, e empurrou por uma entrada de pano para a parte de trás da loja. – Deste jeito.

Ryder deu um aceno firme para garantir a Lexa que ele ainda estava apoiando Clarke, e eles seguiram o comerciante por um pequeno corredor até um quarto.

A primeira coisa que Lexa notou foram os remédios e remédios empilhados nas prateleiras do quarto onde o lojista estava remexendo neles, uma pequena carranca em seu rosto calmo.

– Você é uma curandeira, – Lexa concluiu.

A mulher apertou o maxilar e deu a Lexa um olhar curto de desculpas. Aparentemente, tendo encontrado o que estava procurando, ela abriu uma pequena caixa de metal, revelando um frasco com líquido claro: antídoto.

Uma onda de alívio percorreu Lexa. Ela estava dividida entre a gratidão e arrancar o frasco das mãos da mulher para fazê-lo o mais rápido possível, e talvez colocá-la em uma árvore por desperdiçar seu tempo mais cedo.

Antes que Lexa pudesse decidir, o comerciante se aproximou de Clarke, que estava deitada na cama.

– Clarke. – A mulher colocou o pulso na testa da garota para verificar sua temperatura com uma gentileza que deixou Lexa desconfortável. Não recebendo resposta, ela olhou de volta para os outros. – Quando isso aconteceu?

– Ontem –, respondeu Ryder, seus braços inquietos ao seu lado enquanto ele estava na sala. – Antes do anoitecer.

O curandeiro respirou fundo em resposta. Mesmo que ela desse o antídoto para Clarke, o que era raro o suficiente para matar, já poderia ser tarde demais. Ainda assim, a mulher abriu a tampa do frasco e preparou uma injeção.

– Eu não posso prometer que isso vai funcionar.

Os nós dos dedos de Lexa estavam brancos pelo aperto no punho de sua espada.

– Eu sei.

– Se isso acontecer, saberemos dentro de algumas horas. – A sala ficou em silêncio enquanto o curandeiro administrava o antídoto, toda a sua atenção na respiração superficial de Clarke.

A comerciante acenou para si mesma assim que terminou.

– Agora vamos esperar.

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