Seu sono estava melhorando. Os pesadelos não vinham mais sangrentos e gritantes. Eles ainda estavam lá, mas eram mais fáceis; a acordou com o coração acelerado, mas sem suor na espinha.
Clarke abriu os olhos, forçando o sonho a parar. O alívio da realidade tomou conta dela e ela levou um momento para se lembrar do que a rodeava. O reflexo das chamas dançou pela parede da caverna, uma prova de que o fogo ainda estava aceso e que ainda era noite. Ela se virou para o outro lado, imaginando se conseguiria ver Lexa de relance. O corpo sonolento de Clarke deu as boas-vindas à nova posição e ela quase teria adormecido de novo se não fosse pela visão que a recebeu.
A comandante estava sentada com as costas contra a parede da caverna, as pernas levantadas. Ela parecia estar olhando para o teto da caverna, brincando com a adaga em suas mãos (o que parecia ser um hábito, Clarke havia notado).
A cintilação da fogueira dançou contra os olhos de Lexa, e Clarke não falou; simplesmente passou a observá-la. Seus olhos cansados estavam prestes a fechar novamente quando Lexa olhou para ela. Pela mudança em seu rosto, ela não deve ter esperado que Clarke estivesse acordada.
– Você não está dormindo, – Clarke murmurou, a voz rouca.
Ela não obteve resposta. Uma olhada na entrada da caverna revelou um guarda de gelo vigiando.
– Não é seu turno, – ela adicionou.
A boca de Lexa puxou em ironia, e levou apenas alguns segundos para Clarke perceber que o comandante provavelmente não confiava em um Guarda Real para tal tarefa. Embora a ideia de ser observada enquanto ela dormia fosse um pouco enervante, também deu a Clarke um estranho conforto saber que Lexa mantinha guarda. A fez se sentir segura e estranhamente nostálgica por uma noite mais cedo na floresta em circunstâncias muito menos agradáveis, mas onde tinham acabado de ser os dois.
Com isso em mente, Clarke percebeu que a comandante provavelmente se mantinha acordada mais do que o necessário. Ela se perguntou se a garota conseguiria dormir durante a viagem.
– Se essas pessoas vão ser nossas aliadas –, Clarke murmurou, ainda cansada e já perto de adormecer novamente, – o mínimo que você pode fazer é deixá-las fazer o turno da noite.
Mais uma vez ela não obteve resposta. Ela não abriu os olhos para ver o sorriso se formar nos lábios de Lexa, e ela não percebeu Lexa em seu próprio saco de dormir novamente depois que Ryder ficou de vigia meia hora depois.
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Território Pegiroso ❍ 𝒕𝒓𝒂𝒅𝒖𝒄̧𝒂̃𝒐 ✔️
FanficAquele em que Lexa tem que pedir a Niylah para salvar a vida de Clarke, e Lexa não gosta nem um pouco. Tradução da obra: Dangerous Territory de Nordyr - disponível no Ao3.