Capítulo 17

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Lexa acordou ao amanhecer. O mundo ainda estava quieto e o ar parecia fresco, mas a figura contra ela os mantinha aquecidos sob as cobertas. Ela levou um momento para simplesmente respirar, mantendo os olhos fechados e tentando não ser incomodada pelo ronco irregular de um dos guardas, mas rapidamente ela se lembrou da situação em que eles estavam.

Lexa se perguntou como ela conseguiu dormir por uma parte tão grande da noite quando o tempo era tão importante. Era seu trabalho garantir que eles saíssem o mais cedo possível.

Sem pensar nisso, ela se virou para Clarke, com a intenção de acordá-la, o que fez Lexa perceber que a garota ainda estava abraçada a ela. Clarke estava pressionada contra seu lado, as curvas derretendo juntas, quentes e macias e próximas o suficiente para sentir sua respiração estável, e Lexa sentiu-se corar.

Ao mesmo tempo, ela se perguntou se isso era um efeito do veneno começando a confundir a mente de Clarke.

(Ela desejou poder apenas segurar Clarke em seus braços, aqui, pelo tempo que fosse necessário, até que a doença desaparecesse por conta própria.)

(Ela sabia que não.)

Cuidadosa como sempre, Lexa rapidamente examinou a área, mas os guardas em patrulha não estavam à vista.

– Clarke. - Ela cutucou o ombro da garota, novamente quando ela apenas resmungou em resposta. – Você tem que acordar.

Com muitas piscadas, Clarke abriu os olhos. Ela se espreguiçou um pouco, deslizando a mão que estava sob a camisa de Lexa pela pele de seu estômago.

Isso fez Lexa congelar, o que foi suficiente para deixar Clarke ciente de sua posição.

– Desculpe.

– Está bem.

Houve um momento de silêncio em que nenhum dos dois se moveu e o estômago de Lexa ainda estava tenso sob a palma da mão de Clarke. O silêncio deles se misturou com o início da manhã, mas agora que ambos estavam acordados, parecia que eles estavam esperando o outro falar ou fazer um movimento que colocaria alguma distância entre eles novamente.

(Lexa não tinha certeza se ela realmente queria.)

Depois que os olhos de Clarke traçaram quase cada centímetro do rosto de Lexa, sua respiração suave ainda atingindo a pele do pescoço de Lexa, Clarke se retraiu lentamente. Ela se moveu para deitar de costas, permitindo que ambos respirassem novamente.

Clarke fechou os olhos e esfregou o ponto entre as sobrancelhas. Lexa reconheceu isso como uma dor de cabeça e se livrou do momento que tinha sentimentos suaves flutuando em seu peito, apertando a mandíbula para engolir qualquer fraqueza que só poderia impedi-los agora.

Era seu trabalho garantir que chegassem ao posto comercial a tempo. Seu trabalho para manter Clarke segura em primeiro lugar, mas desde que ela já havia falhado nisso, Lexa só se repreendeu mais pela forma como a preocupação borbulhou em sua garganta. Não era hora de deixar seu coração governar, Clarke precisava que ela pensasse com a cabeça.

Ela correu para fora do saco de dormir para acordar os outros.

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