DESTINADOS

CAPITULO VII

Minha mãe sempre dizia que eu agia sem pensar. Não era atoa que eu e minha irmã, Kevser, fomos apelidadas de "Razão e Sensibilidade", famoso livro da escritura inglesa Jane Austen.

Enquanto, Kevser era a "razão", por sempre manter a calma e pensar antes de agir. Euera "sensibilidade", sempre agindo antes de pensar, respondendo o que não era devido e, de acordo com muitos, era levada e afrontosa. Bom, naquela época eu não dava muita credibilidade para isto, achava que era bobagem de gente adulta.

Mas hoje, necessariamente neste exato momento, eu vejo que tudo que falavam de meu jeito, tinha sim um fundo de verdade.

"Um dia, esse seu jeito vai te meter em uma tremenda enrascada!"  As palavras de minha irmã vem em minha memória. Acho que esse dia chegou, para meu temor.

Olho para o homem em minha frente, a raiva estampada em seu rosto. Aprendemos desde pequenos,  que devemos a assumir nossos erros, seja eles pequenos ou grandes, independentemente devemos agir da forma correta, porque é com eles que é moldado nosso caráter. Não me levem a mal, eu particularmente sempre admito os meus erros,  porém eu não queria admitir a grande tolice que escapou de meus lábios. Bom, que seja! Culparei a raiva, é isso, decisivamente a culpada é a raiva. Eu estava possessa, aquele homem conseguiu o que mais ninguém fez em toda minha vida. Sua arrogância e orgulho, de achar que o seu dinheiro e poder poderia me tirar o direito de pelo menos me despedir de meu legado, me tirou do sério.

É óbvio, que ele não sabia que eu era tia de Yusulf. Agora ele sabe...

E todo aquele plano de me infiltrar e levantar provas para tirar a guarda dele, foi por água abaixo.

Droga, Seher! Você e sua boca grande! A latrina será minha próxima morada, tenho certeza.

- Você está me dizendo, que você - Ele me olha de cima em baixo - É a tia de Yusulf? Meu legado? Confiado a mim, por meu irmão?!

Seu olhar está escuro como uma noite de tormenta e eu sentia, que a qualquer momento seria engolida por sua tempestade. Ele coloca os punhos sob a parede, me prendendo e preenchendo meu campo de visão.

- Engraçado, eu senti que seu nome era familiar,  e no momento em que a vi, eu senti algum vindo de você - Ele se aproxima de meu rosto, até que sinto seu hálito novamente. Limão e uísque. Começo a tremer, dizem que quando as presas vão ser devoradas pelos seus predadores, elas sentem o medo dominar, é natural. Nesse cenário, eu sou sua presa. E eu seria louca, se não estivesse com medo dele. Aprendi que nunca devo ter medo de nada e ninguém, somente da ira divina. Mas aquele homem, não poderia ser chamado de humano.

Anjo, ele se parece com um anjo caído.- Grita meu sub consciente. Todo anjo caído, ainda detém sua beleza divina, mas seu interior é negro.

- Traição, é isso que senti quando vi você. É claro, que não poderia esperar menos de uma mulher. Ele continua me encarar e suas palavras me ferem mais do que eu poderia imaginar. Traidora? Jamais. Podem me chamar ou me acusar do que acharem, mas jamais cometeria tal pecado. Como ele ousa?

- Sim, eu omiti minha identidade e sim, eu estava no parque para ver Yusulf. Mas o que você esperava? Que eu simplesmente chegasse e clamasse meu direito de ver meu legado.- Tiro a carta do bolso - Está carta foi entregue a mim, no dia que minha irmã estava morrendo no hospital - Seus olhos recai na carta e ele imediatamente a pega- Leia você mesmo, ela me confiou o seu filho. Você pode me chamar de traidora o que for. Mas não vou deixar Yusulf. Sou a tia dele e tenho o direito de permanecer na vida dele. Vejo que sua atenção está voltada  para carta, ele levanta os olhos e me encara. 

- Yusulf não precisa de uma mãe e principalmente de uma tia- Ele sem remorso rasga a carta em dezenas de pedaços.
- Você vai sair da minha casa agora!! Não quero vê-la, se você se aproximar, eu te juro que não responderei por mim - Ele garra meu braço e começa a me arrastar.

-Me solta!! O que você está fazendo? Me solta agora!!! Quem você pensa que é?!! -Tento tirar meu braço de suas garras, mas ele a mantém firme. - Eu exigo que você me solte imediatamente, solte-me!!! Ele é meu sobrinho, EU SOU SUA TIA-!! Ele abre a porta em um estrondo.

- Tia? - Yusulf está parado na porta seu olhar meigo e esperançoso faz minhas lágrimas caírem - Você é minha tia?

Continua...