Uma troca de favores

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CHIPRE WOODS

Arrumo a mantinha em torno de Embiez, já se passaram dois meses e alguns dias desde que pus o amor da minha vida ao mundo, e ainda assim, não consigo acreditar que realmente ele está em meus braços. Pela primeiro vez em sua vida, meu filho está conhecendo o mar e toda a imensidão que vem com ele. Sendo apenas um bebê, Embiez não entende nada do que está acontecendo, mas seus olhos brilham ao escutar o som das ondas quebrando, como se ele tivesse finalmente vindo para sua casa. Acredito que realmente ele tenha uma conexão com a água, porque passei a maior parte da minha gravidez na praia, contando os minutos para esse atual momento.

- Em 1600, os monges da abadia de Saint Victor exploraram o sal em uma parte da sua ilha. O sal era então essencial para a preservação dos alimentos, era um produto tão precioso quanto o ouro - conto as informações que li na internet, encarando diretamente os pequenos olhos do meu menino - a partir de 1520, a ilha pertencia então à família Lombarda, nativa da região, que continuava a exploração do sal até o seu fim em 1938.

- Então, Paul Ricard comprou Embiez em 1958, o seu desejo mais querido era fazer da ilha de Embiez um lugar de alto turismo internacional - explico o rumo que a ilha que ele recebeu o nome tomou, meu pequeno irá crescer ouvindo e pesquisando sobre a história de sua ilha - prometo que quando você for maior, irei levar você lá.

O clima ainda está um pouco frio, mas isso não impede das famílias hospedadas de virem para a praia e preencherem toda a faixa de areia com alegria. É extremamente proibido a presença de animais na areia, por isso não pude trazer Jon Snow, ele ficaria tão feliz aqui com nós. Os últimos dias estão sendo muito complicados, Blase fica falando toda hora que vamos entrar na justiça e começamos a brigar. Estou odiando isso, porque o amo tanto e gostaria tanto de um relacionamento leve, só que me recuso a contar detalhes por detalhes de tudo que aconteceu para pessoas que não conheço e não confio. Além que nunca mais quero ver o rosto de Jason. Minha decisão já está tomada e não irei mudar.

- Eu amo seu pai, mas filho, eu não estou mais entendendo ele - confesso para meu bebê, que resmunga algo incompreendido - achei que com o seu nascimento tudo ficaria melhor.

E em partes até ficou, porém conseguimos estragar tudo. Devíamos estar ajudando Isaac a viver um dia de cada vez, mas ao invés disso, o colocamos em meio a nossa briga. Um pequeno bufo escapa dos meus lábios, Blase é muito teimoso e sei que ele não irá desistir tão fácil de me convencer a entrar na justiça contra Jason.

- Baby! - uma menininha, que possui uns dois anos provavelmente, para em minha frente e olha atentamente para Embiez - das ist süß (que bonitinho).

- Raika van der Blit - uma voz feminina grita pela areia e percebo nos olhos da mulher o alívio ao ver a menina de cabelos loiros e pele branca perto de mim - nunca mais faça isso, meine tochter.

- Baby! - a pequena volta sua concentração para meu filho, não dando atenção para sua mãe - Mama, sieh dir das baby an (mamãe, olhe o bebê).

- Ele é muito lindo, parabéns - a mãe da Raika diz, abrindo um sorrindo sincero e com doçura - é seu primeiro?

- Sim - respondo curiosa com a pergunta e deixo Raika passar a mão no rosto do meu filho - é tão explícito assim?

- É sim - ela confessa, sua pele é bronzeada por natureza e seus cabelos são em um tom caramelo - meu primeiro também foi um menino, somos muito protetoras no primeiro filho.