022

18K 1.8K 560
                                    

BLASE LEBLANC

Organizei nosso roteiro em quatro dias, já que após chegarmos ficamos descansando no hotel e acabamos passando o resto do dia por lá mesmo, então por isso, hoje estamos visitando o Túmulo dos Reis, que faz parte de um parque arqueológico gigantesco. Como essa atração em específico fica apenas 4 minutos do hotel, resolvemos começar por ela. Limpo o suor da minha testa, estamos caminhando faz algum tempo, Chipre está serena na minha frente, sem nenhum sinal que esteja cansada. Muito pelo contrário, ela está super animada com tudo, não para de tirar fotos e conversar com a nossa guia.

- Ilhazinha, podemos descansar um pouco? - praticamente suplico, sentando em um muro baixo - como você aguenta?

- Fracote - ela murmura vindo até mim - e ainda por cima eu estou grávida.

- Sabe, está muito quente para ficarmos aqui - digo quando ela senta ao meu lado, Chipre está usando um conjunto de top e legging, em um tom de pêssego - vamos voltar para o hotel.

- Então você volta, porque eu quero conhecer cada pedacinho daqui - Woods informa passando a mão na barriga que está exposta - eu e o Embiez estamos amando ver o parque.

- Antes tivéssemos ido para Embiez - penso alto e ela faz uma careta para mim - ilhazinha, nós estamos invadindo o local onde reis poderosos foram enterrados, é falta de respeito sabia?

- Oh gênio, não foi construído para os reis, mas sim para a elite da época - a morena informa pegando a garrafa de água que estou segurando - você saberia se tivesse prestado atenção no que a guia falava.

- Está muito quente para eu usar meus neurônios - murmuro querendo que acabe o quanto antes essa visita, achava que seria mais interessante.

Chipre se levanta do meu lado, voltando a caminhar pelas ruínas, respiro fundo, indo acompanhar a mãe do meu filho. Olhamos todas as coisas possíveis, até entramos nos túmulos subterrâneos, tenho que confessar que mesmo com algumas partes defasadas, o local tem um encanto. Pensar que isso existe há milhões de ano me assusta um pouco, será que futuramente nossas construções também serão considerados ruínas? Quero um bom mundo para Embiez e para seus descentes.

Mesmo que o parque arqueológico seja perto do hotel, optei por voltarmos de carro, não quero que nada aconteça com Chipre, principalmente agora que estamos entrando nos meses finais. É engraçado pensar que assumi a criança para fugir de um casamento e agora estou perdidamente apaixonado pela mãe dele. Eu a amo, tenho certeza disso agora, toda vez que Chipre vira a cabeça para mim e sorri, todo o oxigênio parece sumir, meu coração bate fortemente e quero ficar ao seu lado para sempre. É assustador sentir isso, muito assustador, porque quero fazer cada segundo da vida de Woods o melhor possível. Além de dar uma infância para Embiez com seus pais juntos.

Estamos agora dentro de um táxi, Chipre está com uma cara que algo está a incomodando, meu coração se aperta, será que ela não está gostando da viagem? Merda, queria tanto que ela gostasse da viagem que organizei para nós dois. Porque é a nossa chance de começar tudo do zero e principalmente, é a minha chance de mostrar que somos bons juntos.

- Está tudo bem, ilhazinha? - pergunto pegando sua mão.

- Meus seios estão latejando de dor - ela cochicha no meu ouvido e solto uma gargalhada - não tem graça, Bale.

- Quando chegarmos no hotel, eu faço uma massagem neles - molho meus lábios e Chipre revira os olhos - você gostou da minha massagem aquele dia no banheiro.

Uma troca de favores Onde histórias criam vida. Descubra agora