Uma troca de favores

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BLASE LEBLANC

Talvez eu esteja dando atenção demais para a mulher com chapéu de cowboy, mas primeiro, ela tem seios maravilhosos e segundo, fui duas vezes dispensado, seguidamente, por Chipre, então eu posso dar atenção demais para a cowboy. Seu decote está praticamente em meu rosto, abro um sorriso e tomo mais um gole do meu uísque, sentindo o líquido descer rasgando pela minha garganta. Estamos em um bar na cidade vizinha, curtindo após um dia inteiro jogando golf, os rapazes estão em uma mesa discutindo sobre como será a nova temporada de futebol, bem, menos Charles que sumiu faz um tempo com uma loira.

- Palm Beach então - ela murmura com uma voz fina, dizendo o que acabei de contar - rico?

- Um pouco - não dou caso para isso e não quero falar que possuo um patrimônio de bilhões de dólares.

- Um pouco, mas tem um Rolex no pulso, shorts cargo Calvin Klein e uma camisa polo da Tommy - a cowboy analisa meu corpo por completo e morde o lábio - tirou a aliança de ouro?

- Não sou casado - informo e coloco o copo no balcão - mas se fosse, teria problema?

- Nenhum, não seria eu quem estaria em um relacionamento - ela diz chegando mais perto, ainda não sei seu nome, talvez ela tenha mencionado antes, porém não lembro.

Ponho minha mão em seu pescoço e trago seu rosto para perto do meu, em segundos nossas bocas estão coladas e nossas línguas dançam sua própria música. Sua boca tem gosto de tequila barata, nada haver com o gosto da boca de Chipre. Vou descendo minha mão por seu corpo, até parar em sua bunda, onde deixo um aperto, fazendo com que ela emita um gemido baixinho. Talvez eu faça sexo com ela, seria uma boa, estou com um tesão insuportável desde que vi o corpo nu de Chipre, aquela obra de arte que toda noite deita em minha cama.

- Oh papai do ano, sua mulher está esperando você em casa - Isaac grita da mesa onde estão sentados - tenha vergonha na cara.

Desgrudo a boca da mulher cowboy e dou uma risadinha sem vergonha, mas Isaac está realmente bravo comigo. Endireito minha postura e dou uma desculpa qualquer para a moça, levanto do bar e pego meu copo de uísque, indo me sentar com meus amigos. Isaac apenas me olha pelo canto do olho, como se quisesse comer meu fígado nesse exato momento. Batuco meus dedos na borda da mesa, meu celular está desligado no bolso do meu shorts, estou pouco me importando com quem queira falar comigo agora, só quero beber como se não houvesse amanhã.

- Vou te levar para Palm Beach - Isaac murmura no meu ouvido - sua mulher está grávida esperando você em casa.

- A sua futura noiva também está - retruco grosso, jogando o último gole de uísque dentro de mim.

- Mas eu não estava beijando ninguém - ele se defende, olhando feio para mim - porra Blase, você vai ser pai, tem que ter responsabilidade não só com o bebê, mas com sua mulher também.

- Chipre não é minha mulher e nunca vai ser - despejo e os três me olham estranho - o que foi? Não vou me casar com ela.

- Leva ele para casa - Michael diz olhando para Isaac - Blase, nós te amamos, mas cara, você está sendo um babaca agora.

Reviro os olhos, eles não sabem um terço do que está acontecendo na minha vida e querem dar pitaco nas coisas. Eu estou assumindo um filho que nem é meu, Chipre está me rejeitando e terei que viver minha vida inteira com medo de Jason aparecer e tirar a criança de mim. Bufo e encaro Isaac, que está me pedindo através de um olhar para irmos embora, sei que ele quer meu melhor, mas Isaac não aguentaria tudo que estou passando. Criar um filho que é sangue do seu sangue é uma coisa, agora criar um filho que terá aparência, caráter e características de outro homem é uma coisa completamente diferente.