Capítulo 9

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Gwyn: Como assim nós falimos? – Perguntou, exasperada.
 

A beleza de Gwyn, concentrada quando adolescente, aflorou durante os anos transformando-a em uma mulher de beleza invejável. Os cabelos seguiam no mesmo padrão, ruivos em ondas perfeitas, e os olhos naquele azul encantador. O corpo se desenvolveu, ganhando curvas e volume na medida certa, nem demais e nem de menos. Gwyn deixara New Jersey e fora pra Yale, onde cursara moda. Pretendia lançar sua própria grife, como designer. E de repente, de um dia pro outro, Alexandre a chamou para conversar e falou que a empresa da família faliu e ele precisou vendê-la, sendo que nada disso nunca havia sido mencionado antes.

 
Alexandre: Não quis perturbá-la com o tema. Você estava tão compenetrada com seus projetos, com a sua vida... – Disse, suspirando – Eu pensei que poderia contornar.
 
Gwyn: Papai, eu nem acredito nisso. Sinceramente. – Disse, exasperada.
 
Alexandre: Há um ponto. – Ela o encarou, esperando – O dono da firma que comprou nossa empresa pediu uma reunião com você. Provavelmente para anunciar que vai vender os pedaços da companhia, só não entendi porque o requerimento, sendo que sua participação é mínima... – Ele suspirou – Provavelmente porque você é a única herdeira.
 
Gwyn: Tudo bem, eu vou. – Disse, suspirando. Então pegou a mão do pai sobre a mesa, apertando-a – Vai ficar tudo bem, você vai ver. – Consolou, mesmo se sentindo conturbada por tudo aquilo.
 

Naquela tarde, Gwyn foi se encontrar com Lena em um café, antes da reunião que o pai marcara. Lena estava em vias de se mudar para Londres – conseguira uma proposta de emprego ideal lá. A amizade das duas seguia, ao contrário de todas as minions, que se perderam com o fim do colegial.

 
Lena: Faliu?! – Perguntou, exasperada, quando Gwyn terminou de contar. A outra assentiu, bebericando o café.
 
Gwyn: Não sei como. Espero que ele tenha vendido por um bom valor, para que possa recomeçar. Nem tive como analisar a proposta de venda, do modo como tudo foi rápido. – Lena assentiu – Tenho uma reunião com o comprador hoje.

Lena: Você? Porque você, não seu pai? – Perguntou, confusa.

Gwyn: Me solicitaram. Acho que é porque sou a herdeira vitalícia da empresa. – Deu de ombros – Isso justo quando eu estava prestes a investir na minha grife... – Suspirou, desgostosa – Enfim, já vou. Não quero me atrasar.
 
Lena: Boa sorte. – Disse, se despedindo.
 

Gwyn precisaria. Ela seguiu até o prédio da HEH, observando o saguão ao passar. Se anunciou na portaria, e se distraiu com uma estatua que havia em um espaço reservado na lateral do saguão. Era o busto de um homem, feito em platina, com uma junto com a placa de inauguração do prédio e algumas frases.

 
Prédio, empresa, projeto e missão em honra e homenagem a Richard Hadria...
 

Ela não conseguiu ler o resto. A recepcionista a entregou seu crachá e ela agradeceu, tomando um dos 12 elevadores até a cobertura. Richard Hadria. Algo nesse nome parecia terrivelmente familiar, mas ela não conseguia se lembrar como. Chegando a cobertura, se anunciou e uma secretaria a pediu para aguardar. Gwyn usava jeans, uma camisa cinza e um sobretudo preto, protegendo-se do outono de Nova York, acompanhado por tamancos de salto.

Os cabelos estavam elegantemente descuidados sobre os ombros, devido ao vento lá fora. Ela pensava no pai enquanto aguardava. Haviam mais 2 recepcionistas ali. O chão era em mármore preto, as paredes brancas, tudo muito organizado, muito perfeccionista. Ela levou uns 10 minutos esperando, até que foi chamada para entrar. Passou pelo corredor, entrando em uma sala enorme. Ela não reparava muito em nada – estava pensando no pai.
 
Gwyn: Boa tarde. – Disse, ao entrar, enquanto a secretaria saia.
 

A Court Of Pain And Revenge - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora