Gwyn retomara todas as atividades do pai quando ele morrera, de forma que a casa estava limpa quando ela chegou. Precisou chamar um chaveiro, mas enfim a porta abrira. Ela fechou a porta e se viu parada no hall de entrada, em frente a escada de madeira e o corredor para a sala. Sorriu, de olhos fechados. Era como se Alexandre fosse descer a escada a qualquer momento, e sorrir pra recepcionar ela. Os moveis estavam cobertos com lençóis brancos, mas ela tirou tudo, dando vida a casa de novo. Estava sem roupas – Precisaria sair, mas nesse momento não importava.
Ela caminhou pelos cômodos, sorrindo, se lembrando do tempo em que vivera ali. Fora a época mais feliz de sua vida, de longe. Foi até o escritório do pai, onde as lembranças doeram como uma ferroada, e, ignorando o cofre na parede, puxou o tapete do chão. Havia um alçapão com um segundo cofre, bem maior que o primeiro, e após ela colocar a combinação, ele abriu. Parte do dinheiro que ganhara de Cassian estava ali, em maços grossos com o grampo de papel com as iniciais dele. Sentiria falta de Cassian. Ela apanhou dois maços, juntando com o que tinha no bolso, e uma caixinha, apanhando um molho de chaves e tornou a fechar o cofre. Havia uma fortuna naquela casa, somando o dinheiro de Cassian e o que Alexandre mantinha ali. Ela não usaria o banco pra nada: Sabia que a conta do pai estava sendo monitorada.
Uma vez no estacionamento, se deu de cara com seu primeiro carro. O deixara pra trás ao ir pra faculdade, mas parecia um velho amigo, ali esperando. Ela deu a partida, e após checar a rua familiar, que estava vazia, saiu. As ruas de Nova Jersey eram incrivelmente familiares. Foi até a primeira loja de departamentos que encontrou, e tratou de ser rápida: Algumas mudas de roupa, nada muito sofisticado, comida e artigos de higiene. Estava paranóica. Voltou pra casa, trancando tudo, e descarregou as compras. Comida congelada, um luxo que ela não se dava a anos. Tomou um bom banho, se livrando de toda aquela imundice que vivera, vestiu um vestidinho azul, simples, e colocou uma lasanha no microondas. Percebeu que estava até com desejo por ela. Sorriu com isso, acariciando a barriga.
Gwyn: ...Entendeu? – Perguntou, ao terminar de contar a história, o celular amparado no ombro enquanto forrava a cama. Lena estava muda fazia 5 minutos, isso não era bom sinal – E então, posso ir?
Lena: Claro que pode, more comigo se quiser, mas e o passaporte? – Perguntou, preocupada – Gwyn, eu falei que isso era loucura!
Gwyn: Juliette vai me conseguir. – Garantiu, terminando de forrar a cama e se jogando nela – Não posso demorar muito, senão acabo com a bateria do celular, mas te aviso quando estiver a caminho, ok?Ela iria pra Londres. Tinha dinheiro suficiente pra uma vida. Ficaria com Lena até a poeira baixar, então daria rumo pra sua vida. Teria seu bebê lá, longe dos Hadria e de sua loucura. Encontrou um frasco de remédios de dormir pela metade no banheiro do seu antigo quarto, passados da validade a anos, mas decidiu que tinha que tentar. Tomou dois comprimidos, apreensiva, mas a sorte estava com ela, e fez efeito. Dormiu a noite inteira, tranquila, abraçada a barriga.
Na manhã seguinte, Gwyn, após se aprontar, ficou arisca. Juliette podia ligar a qualquer momento. Ela estava ficando louca em casa, então decidiu sair. Usava uma calça moletom azul escura e uma camisa branca, confortável. Dirigiu pela cidade, e se encontrou na frente do St. Jude. As turmas estavam em aula mas os portões estavam abertos, e ela subiu metade da escadaria, se sentando, justamente como costumava fazer quando adolescente. Ficou ali boa parte da manhã, se lembrando do que era bom e acariciando a barriga distraidamente.Por volta do meio dia, as turmas saíram. Os uniformes permaneciam os mesmos, era tradição. Ela sorriu ao ver as saias de pregas, os terninhos e as meias calças de seda branca. Foi assim que Azriel, parado em seu carro na esquina da rua, a viu. Sorrindo, se lembrando da época em que sua felicidade era aterrorizar os ouros. Ele mostraria a ela. Gwyn observou por um momento, mas decidiu sair; provavelmente pareceria uma maluca sentada numa escadaria que pertencia a adolescentes. Desceu as escadas (o celular sempre na mão, esperando por Juliette), e ia embora, mas um grupo de 6 garotas a parou.
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A Court Of Pain And Revenge - Livro 1
RomanceQuando você é enganado, traído e machucado a certo ponto, só existe duas opções: Esquecer e perdoar, ou esperar o momento e a hora certa de se vingar. Essa não é uma história sobre perdão. "O bater das asas de uma borboleta pode desencadear um tufão...