O desespero já havia se instalado e tomado conta, e foi Gwyn surgiu de trás do borboletário, correndo a pleno vapor, os cabelos brigando com o vento forte.
Vira Nestha cair, esperara ela sair, e quando não saíra, largou as sapatilhas e correu em ajuda. Gwyn tinha chances. Graças à malhação em casa, corria em uma velocidade boa, mas a propriedade era grande. Azriel, assim como todos os Hadria, só podiam torcer. Entrar em pânico não resolveria nada. Grace já chorava, com as mãos na boca. Gwyn pulou a gangorra do parquinho, ganhando velocidade na corrida de novo e se jogou na água. Foi excruciante a partir do momento em que a água se fechou sobre a cabeça dela. Estava muito fria, gelada. E Nestha engolia água, embolada na tela de proteção. Gwyn mergulhou até ela, agarrando-a pelo pescoço, trazendo o rosto dela até o seu e soprando o ar que ainda tinha no pulmão pra ela, tapando-lhe a boca em seguida. Se debateu, tentando subir, mas a tela pesada de plástico puxava a outra pra baixo, por tanto precisou largar Nestha por um instante, emergindo por ar. Seus pulmões doíam. O nariz começou a sangrar. Ela tomou ar e mergulhou de novo, voltando a soprar ar na boca de Nestha novamente e soltando-a como podia da tela. Conseguiu, e as duas emergiram. Foi no momento em que os homens chegaram lá. Rhysand e Azriel apanharam Nestha, deitando-a no chão, e Rhysand tratou de reanimá-la. Warner deu a mão a Gwyn, ajudando-a a sair da água, mas a atenção de todos era em Rhysand, que trabalhava na irmã. Logo Nestha cuspiu uma grande quantidade de água, tossindo. Grace e as outras chegaram nesse momento, com um Greg assustado. Uma empregada apareceu com toalhas e cobertores. Rhysand ergueu o rosto de Nestha, fazendo-a acompanhar seu dedo com o olhar, examinando-a.
Rhysand: Ela está bem. – Disse, e houve um suspiro geral de alivio.
Nestha: Eu estava bem, então apaguei. – Gaguejou, pelo frio. – O que houve?
Feyre: Você estava falando no celular, caiu na água, ficou presa na tela. Não daria tempo pra um de nós vir te buscar, mas Gwyn estava aqui embaixo, então correu, se jogou na água e te salvou. – Resumiu, ainda abalada pelo susto.
Grace: Já passou, meu amor. – Disse, abraçando Nestha, envolvendo-a com mais um cobertor. Gwyn se abraçava, ainda assustada com a cena, toda molhada – Minha querida, você salvou a vida da minha filha. Eu nunca vou viver o suficiente pra agradecer como deveria.
Gwyn: Está tudo bem. – Tranquilizou, como se o sangue que insistia em escorrer do nariz dela não provasse o contrário.
Rhysand: Olhe o meu dedo. – Disse, passando o dedo em volta do rosto de Gwyn, que olhou – Dor na cabeça? No peito? – Gwyn negou – Está tudo bem. O esforço da corrida rompeu um vaso, por isso está sangrando. Vai passar. – Gwyn assentiu.Nestha: Obrigada, Gwyn. – Agradeceu, os dentes batendo pelo frio e Gwyn assentiu uma vez.
Não era que Nestha fosse virar melhor amiga de Gwyn nem defensora dela, mas certas coisas mudam em ocasiões como essa. O ressentimento que Nestha tinha teria que brigar com a gratidão que sentia agora, e perderia. Ela não defenderia Gwyn nem a adoraria, mas não a atacaria mais. É o que acontece quando você está a beira da morte e alguém te tira de lá.
v
Warner: Vamos entrar, está frio. – Disse, apanhando Juliette.
Rhysand: Venha. – Disse, soltando a irmã da mãe e carregando-a. Nestha se encolheu, buscando o calor do irmão e ele entrou com ela.
Grace: Oh, querida. – Disse, se aproximando com outro cobertor. Gwyn queria mesmo que o nariz parasse de sangrar – Você salvou a vida da minha menina. A minha Nestha. – Disse, entre lagrimas, enrolando Gwyn – Eu nunca vou ser capaz de agradecer. – Completou, o rosto em geral meigo totalmente transtornado.
Gwyn: Está tudo bem. – Garantiu – Não precisa agradecer. Vamos entrar pra vê-la. – Grace assentiu.
Só então Gwyn reparou que sobrara Azriel ainda estava ali, olhando-a como se nunca tivesse visto ela antes, os olhos totalmente impassíveis, o cenho franzido. Ali era o ódio que ele sentia dela confrontando a gratidão por ela ter salvo a irmã dele brigando – uma briga interna muito mais complexa que a de Nestha fora. Gwyn o olhou por um instante, então deu as costas, entrando. Estava congelando, e ele precisava ficar sozinho. Com certeza, agora mais que nunca, tinha muito em que pensar.
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A Court Of Pain And Revenge - Livro 1
RomanceQuando você é enganado, traído e machucado a certo ponto, só existe duas opções: Esquecer e perdoar, ou esperar o momento e a hora certa de se vingar. Essa não é uma história sobre perdão. "O bater das asas de uma borboleta pode desencadear um tufão...