As semanas que se seguiram a aquele dia foram, no mínimo, curiosas. Todos os tablóides estavam cheios de fotos de Gwyn e Azriel, e todos especulavam se o magnata da H.E.H. finalmente havia sido fisgado. A empresa fora devolvida ao pai de Gwyn, que não podia acreditar na sorte que dera: O CEO da Hadria Enterprises Holdings estava saindo com a sua garota. Os dois compareceram a eventos públicos ou a simples jantares íntimos, que eram insuportavelmente desagradáveis, mas nas fotos estavam sempre como cúmplices: Olhares, mãos dadas. Cada minuto era uma provação pra ambos.
Ianthe: Que diabo você está fazendo? – Perguntou, jogando um jornal na mesa dele. Na capa havia uma foto de Gwyn e Azriel juntos em um jantar beneficente na noite anterior. Posavam juntos, ele sereno como sempre, sorrindo de canto, a mão na base da coluna dela, reservado, e ela ofuscantemente linda ao lado dele, o cabelo preso em um coque trabalhoso e em um vestido vermelho vinho com um decote ousado, porém sem ser vulgar. Eram um lindo casal.
Ianthe Campbell crescera. O corpo se desenvolvera, como era de se esperar, sendo modestamente farto. Era mais ou menos da altura de Gwyn, e tinha os cabelos loiros, levemente cacheados nas pontas. Ela usava uma calça social e uma camisa branca, os cabelos presos em um rabo de cavalo. Era uma mulher muito bonita.
Azriel: Ian... Isso não é nada. – Disse, se levantando.
Ianthe: Não é nada?! – Perguntou, indignada – Você esqueceu o que nós vivemos por causa dela? Porque a está trazendo de volta, Azriel?!? – Perguntou, recuando quando ele se aproximou.
Azriel: É um projeto. Você não tem porque se alterar. – Garantiu, e ela balançou o rosto, desgostosa. Precisava desviar o rosto – O ponto forte de Azriel pra desarmar as pessoas era o olhar.
Ianthe: Eu achei que era brincadeira, mas você aparece com ela em todos os lugares. – Disse, se afastando de novo... Pra se bater na mesa – Com tudo que passamos na morte de Richard, logo ela?!
Azriel: Shh... Ian, está tudo bem. – Tranquilizou, os olhos avelãs parecendo líquidos. Ela respirou fundo, reprimindo a raiva. – Um projeto. – Ressaltou – Com inicio, meio e fim.Ianthe: Porque Grace está saltitante de alegria por você, então? – Atacou, presa entre ele e a mesa.
Azriel: Mamãe se empolga fácil, você sabe. – Ele colocou o cabelo dela atrás da orelha, dando um beijinho demorado no lóbulo da orelha dela – Você sabe que não precisa se preocupar, não sabe? – Ianthe ficou calada. Porém um estrondo na porta interrompeu a quase vitória de Azriel.
Nestha: Pelo visto seu poder de sedução não está enferrujado. – Disse, batendo a porta atrás de si. Estava furiosa. Ianthe escapou dos braços do primo, recobrando o controle. Azriel suspirou, se virando – Ao contrário da faca que você cravou nas minhas costas. – Rosnou.
Azriel: Ness...
Nestha: Ness é o cassete! – Disse, atirando o mesmo jornal que Ianthe levara nele, que se esquivou – Eu liguei pra mamãe. Sabe o que ela me contou, super empolgada? Que você vai pedir aquela vagabunda em casamento! – Ianthe se virou, parecendo uma cobra atiçada.
Ianthe: Casamento? Esse é o seu projeto, se casar com ela?! – Perguntou, a fúria transbordando.
Nestha: Ele está prestes a fazer o pedido! – Atacou. Azriel se sentou, suspirando – Sério, o que há de errado com você?
Azriel: Certo, eu tentei pelo lado tranquilo, mas tudo bem: Não se metam nisso. – Dispensou, abrindo os botões do terno. Nestha recuou como se tivesse sido atacada. Ianthe estava estancada no mesmo lugar.
Ianthe: Não vou participar disso. Vou sair do país hoje, e você que se vire pra explicar a Grace. – Avisou, e saiu a passadas largas, batendo a porta.Nestha: Nós encobrimos seu caso com Ianthe, porque são primos de 3º grau, e se querem transar o problema é de vocês, mas Gwyn, Azriel? É doentio! – Disse, se aproximando – Trazê-la pra nossa família, dar nosso nome a ela!
Azriel: Irmã, confie em mim. – Pediu, e Nestha respirou fundo.
Nestha: Então explique. Me faça entender como isso não é um absurdo. – Exigiu, cruzando os braços. A relação Nestha-Azriel era muito próxima, mais que a dos outros. Ele suspirou.
Azriel: Suba ao meu apartamento hoje a noite, e conversaremos. – Desistiu, e ela assentiu, observando-o – Mas, para que você passe o dia em paz, acredite: Não é o que você está pensando. Eu não estou apaixonado por ela. – Garantiu. Nestha assentiu, mesmo sem entender. Azriel não mentia pra ela, nunca. Se ele dizia que não estava, era verdade. Então ela podia esperar.
Nestha: Ok. Hoje a noite. – Azriel assentiu – É melhor você ter uma boa história pra contar, Hadria. – Disse, dando as costas pra sair, e ele riu.
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A Court Of Pain And Revenge - Livro 1
RomanceQuando você é enganado, traído e machucado a certo ponto, só existe duas opções: Esquecer e perdoar, ou esperar o momento e a hora certa de se vingar. Essa não é uma história sobre perdão. "O bater das asas de uma borboleta pode desencadear um tufão...