𝗘𝗶𝘄𝗮

321 24 20
                                    

❝𝖣𝗂𝗓𝖾𝗆 𝗊𝗎𝖾 𝖺 𝗀𝖾𝗇𝗍𝖾 𝗇𝖺̃𝗈 𝗆𝗈𝗋𝗋𝖾 𝗊𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗉𝖾𝗋𝗆𝖺𝗇𝖾𝖼𝖾 𝗇𝖺 𝗅𝖾𝗆𝖻𝗋𝖺𝗇ç𝖺 𝖽𝖾 𝗊𝗎𝖾𝗆 𝖺𝗆𝖺.❞

Velozes e furiosos7.

◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈◐◈

☪ ━ 𝖲𝗂𝗇𝖺'𝗌 𝗉𝗈𝗏'𝗌 ❖

Como começar a falar sobre uma perda, sobre uma dor anunciada, o inevitável, um sentimento de saudade?

Angústia, agonia e muita revolta... não tenha dúvidas.

Ninguém está preparado para enfrentar tragédias, para aceitar perdas, para aceitar o fato da vida ser tão frágil, ver a incapacidade de evitar isso.

É difícil aceitar e entender a vontade de dormir, acordar e pensar que foi um pesadelo.

As lembranças de ontem, de um tempo atrás, de muito tempo, serão agora apenas lembranças... aquele sorriso que estará apenas na memória, e no coração.

A perda da mãe, do pai ou de algum familiar querido, começa a nos ensinar o valor do tempo.

O que não fizemos, as visitas e os gestos adiados, as palavras não ditas, a compreensão não exercida, a advertência desdenhada, o convite abandonando sem resposta, tudo isso volta, massacrante, cobrando-nos o egoísmo.

O tempo deixa de ser exercício de desperdício gratuitos e começa a se transformar num bem maior: o que ensina a arte de uma convivência que com ele nunca se soube exercer, e já não há tempo de recuperar.

Agora eu pergunto: existe alguma solução para isso? Algum remédio que faça a dor parar? Um feitiço que faça tudo voltar ao normal?

É, infelizmente não existe nada que possa mudar o que já foi feito...

Acordo sentindo um cheiro forte de álcool e escuto alguém me chamar.

— Sina... — escuto Noah me chamar e abro os olhos devagar.

— Ah, graças a Deus! — minha mãe diz vindo até mim.

Eu ainda estava meio desnorteada, mas logo me lembrei do que aconteceu antes de eu desmaiar.

— Ele morreu?... — pergunto em um sussurro.

— Sim, querida. — ela responde e olha para baixo.

Levanto do sofá devagar e vou em direção à escada, mas paro assim que percebo que eles iam me seguir.

— Eu quero ficar sozinha. — falo sem olhar para eles.

Subo as escadas e vou em direção ao meu quarto, antes de entrar nele, Noah segura o meu ombro.

— Pega! Acho que você vai querer ver o que tem nele. — diz e me dar o meu celular.

Faço uma expressão confusa e ele apenas sai dali me deixando sozinha, mas não sem antes me dar um beijo na testa.

Entro no meu quarto e fecho a porta, a trancando logo em seguida. Deito na minha cama e ligo o meu celular.

Vejo que tinha duas mensagens de voz, e aperto nelas, escutando a voz da mulher eletrônica em seguida.

“Você tem duas mensagens de voz. Aperte 1 para ouvir, 2 para escutar mais tarde ou 3 para deletar.”

Aperto o número 1 e logo ela começa a falar de novo.

“Você apertou 1 para ouvir, espere um segundo.”

𝗟𝗶𝗸𝗲 𝘆𝗼𝘂|ⁿᵒᵃʳᵗ°Onde histórias criam vida. Descubra agora