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— Lan-laoshi? Está tudo bem?

Lan Zhan deve responder. Ele não sabe como.

Controle-se, diz uma voz em sua cabeça.

Saia dessa.

Lentamente, como nadar em algas marinhas, Lan Zhan começa a ressurgir. O mundo volta em uma onda de barulho de tráfego e sua própria respiração áspera.

— Duyi — ele diz, então se certifica de que seu rosto está neutro enquanto ele se vira para seu aluno. — Peço desculpas. Temos que encurtar nossa aula. Não há necessidade de pagamento. Vejo você na próxima semana.

— Ah. — Duyi lambe os lábios e acena com a cabeça, então se levanta sem jeito. — Espero que esteja tudo bem, Lan-laoshi. Vejo você na semana que vem.

Então Lan Zhan está sozinho em seu próprio apartamento. Seu cérebro volta totalmente e ele pega as chaves do carro, enfia os pés nos sapatos e sai correndo.

Ele não se lembra da viagem até o hospital. Ele é parado pela segurança do hospital a caminho dos elevadores.

— Desculpe-me, senhor? Eu preciso ver alguma identificação.

— Eu tenho-

— Todos os visitantes têm que assinar, senhor. Você não pode subir sem um passe.

A garganta de Lan Zhan estala. Atordoado, ele extrai sua identidade e a entrega ao segurança atrás da mesa. Silenciosamente, ele o aceita de volta, depois ouve o zumbido da impressora enquanto ela tosse seu passe.

— Aqui está, senhor.

Lan Zhan aceita o passe de visitante e o prende sem pensar em sua camisa. Então seus pés o levam até o elevador.

Há muitas pessoas no elevador com ele. Ele olha para o visor numérico e tenta contar suas próprias respirações.

As portas se abrem no oitavo andar e Lan Zhan luta para chegar à saída, o ar esfria sua pele assim que ele sai. Unidade Cirúrgica.

Unidade Cirúrgica. Wei Ying – Lan Zhan olha para as flechas impotente. Finalmente, duas palavras – Sala de Espera – nadam para a consciência. Ele segue a seta pelo corredor.

Através da porta de vidro ele os vê. Jiang Yanli, Jiang Cheng. Um casal mais velho que ele sabe ser os pais adotivos de Wei Ying. Lan Zhan não os vê há algum tempo. Não há mais ninguém. Ele percebe que esperava ver Wei Ying.

Ele fecha os olhos por um momento, então empurra a porta. Jiang Yanli se vira e o vê. Seu rosto está vermelho, seus olhos inchados. Ela quase corre em direção a ele e então ele tem uma braçada da irmã de Wei Ying chorando contra seu peito.

— Lan Zhan, me desculpe — diz ela, sua voz grossa e molhada. — Desculpe, eu só...

Ele dá um tapinha nas costas dela rigidamente, sua mente estranhamente vazia.

Wei Ying não está aqui.

Wei Ying está na Unidade Cirúrgica.

Wei Ying sofreu um acidente de carro.

Wei Ying pode morrer.

O olhar de Lan Zhan pousa em Jiang Cheng, que parece pálido e zangado - nenhum dos quais é um novo visual nele - e eles fazem contato visual. Jiang Cheng aperta a mandíbula, acena para Lan Zhan. Então ele se vira. Nem Jiang Fengmian nem Madame Yu prestam atenção nele, suas cabeças inclinadas um para o outro, as mãos entrelaçadas.

— Deus, eu sinto muito, Lan Zhan, eu sinto muito. — Jiang Yanli funga e se afasta. A camisa dele está molhada onde os olhos dela estiveram. Ela enxuga o rosto inutilmente, depois olha para ele com um sorriso trêmulo. — Eu só. Eu sabia que você deveria estar aqui. — Ela funga, então diz: — Eu deveria te contar o que aconteceu.

Quase Amantes • Wangxian !Onde histórias criam vida. Descubra agora