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É o nono dia, e Wei Ying está xingando quando bate na porta da sala ao voltar do banheiro.

— Wei Ying! — Lan Zhan começa a se levantar, mas Wei Ying levanta a mão.

— Não, Lan Zhan. Você não precisa - você não precisa pular toda vez que algo assim acontecer, eu prometo.

— Eu só quero-

— Estou bem.

— Wei Ying-

— Eu estou bem !

Lan Zhan fecha a boca com um clique. Ele se sente corando da cabeça aos pés e desvia o olhar, tentando se acomodar na cadeira.

Há um silêncio retumbante, então Wei Ying diz, sua voz calma:

— Porra. Lan Zhan, me desculpe.

— Não há necessidade de se desculpar... — diz Lan Zhan. Sua voz sai um pouco baixa demais.

— Há sim... — Wei Ying diz, mais alto desta vez. — Eu estou sendo um idiota do caralho.

— Wei Ying-

— E eu estou doente e cansado disso. — O olhar de Lan Zhan voa de volta para Wei Ying. Wei Ying chama sua atenção, então desvia o olhar. — Estou cansado de me sentir um merda, estou cansado de ser incapaz de, de, de me vestir, ou tomar a merda de um banho, e estou tão cansado de ser um fardo para você.

Lan Zhan está de pé antes que possa processar o movimento.

— Você não é um fardo, Wei Ying, por favor, pare de dizer isso-

— Eu sou ! Eu perturbei sua vida por semanas agora, Lan Zhan! Primeiro, quando eu estava - quando eu estava no hospital, e agora, com isso, onde você não pode nem ler sem que eu o interrompa. Sou uma maldita bagunça patética.

— Você não é, Wei Ying. — Lan Zhan dá um passo à frente, depois outro. Ele está a um pé de distância dele, e ele pode sentir seu coração batendo forte dentro do peito. — Nunca diga isso. Você não é um fardo, você nunca poderia ser um fardo, está tudo bem...

— Como isso pode ser bom, Lan Zhan? — Wei Ying explode e quase desequilibra. Lan Zhan estende a mão para pegá-lo, mas Wei Ying consegue recuperar o equilíbrio e se afasta, evitando-o. Lan Zhan engole a pontada de dor. — Olha, eu mal consigo me segurar, estou na sua cola o tempo todo, eu nem consigo-

— Wei Ying, por favor... — diz Lan Zhan, mortificado ao ouvir a súplica em sua voz. — Eu não quero nada mais do que ser capaz de ajudar-

— Isso é porque você é uma pessoa boa demais — Wei Ying rosna. — Eu não posso fazer nada assim, eu não posso nem mesmo - eu não posso nem fazer sexo, pelo amor de Deus !

— Eu não me importo com isso — diz Lan Zhan, sentindo-se ficar frio, depois quente. — Wei Ying, eu não-

— Oh, o que, você simplesmente não me quer mais? — Wei Ying olha para ele com uma expressão que rasga Lan Zhan. — Veja, eu sou tão patético, você nem quer mais me foder-

— Wei Ying!

— Não, Lan Zhan, eu posso dizer que você não-

— Claro que sim, eu sempre quero você!

Lan Zhan explode, então para. Ele observa, de longe quando os olhos de Wei Ying se arregalam. Ele ouve, no silêncio retumbante, suas últimas palavras. Ele engole. Seu coração martela dentro de sua caixa torácica como um animal preso.

— Lan Zhan, não... — É um sussurro, e nos olhos de Wei Ying há tanta desconfiança, tanta confusão, que Lan Zhan não aguenta mais.

Ele dá um passo à frente, aproveitando a quietude atordoada de Wei Ying, agarra seu queixo e o beija. Wei Ying faz um barulho e então Lan Zhan ouve o barulho de uma muleta caindo no chão. Instintivamente, ele agarra Wei Ying pelo meio e o traz para perto antes que ele caia. Wei Ying geme e abre a boca e então eles estão se beijando de um jeito que não se beijam há semanas. Nesse beijo, Lan Zhan despeja toda a frustração que ele acumulou ao longo de meses, anos. Ele a imbui de toda a necessidade que tem, patética e incessante. Ele a preenche com compreensão. Quando ele começa a ficar tonto, ele para e descansa sua testa contra a de Wei Ying enquanto ele ofega.

Quase Amantes • Wangxian !Onde histórias criam vida. Descubra agora