Foto representando o Nathan na multimédia.
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Pov. Sophia
Mamãe me fez ir com ela até o mercado comprar frutas e verduras, gosto de sair e passar um tempo com ela. Na volta para casa contei que a Angélica já sabe sobre os pais ficarem presos por mais tempo, ela me olhou indignada e em seguida senti uma leve dor na cabeça.
— Aí mãe... – Reclamo passando a mão aonde dói.
— Não deveria ter contado, ainda mais por mensagem... Ela deve ter ficado arrasada e sem ninguém para dar um apoio a ela. Imagino o quanto ficou triste.
— Eu sei, ela deve ter ficado muito triste, não quis mais conversar por mensagem.
— É uma situação difícil. – Se eu estivesse no lugar da Angélica também estaria mal.
— Mãe? – Ela para de andar e olha em meus olhos.
— Tira o anel na próxima vez que for me dar um cascudo?
— Se eu lembrar tiro sim.
Nossa relação de mãe e filha é maravilhosa, posso conversar abertamente sem medo, é como uma amiga. São poucas às vezes em que aplica castigo físico que não passa de puxão de orelha, beliscão e o pior de todos, o cascudo. Quando faço algo de errado sem ser grave conversamos, sempre foi assim. Amo o fato dela ser compreensível, carinhosa e a melhor mãe que eu poderia ter.
— O que é isso, filha? – Tem um bilhete na nossa porta escrito: “Olhe atrás da planta grande”
Mamãe se aproxima da planta grande para olhar.
— SURPRESAA! – Mamãe acerta a bolsa na cabeça do Nathan pelo susto. – Esqueci como vocês eram boas recepcionistas...
— O que fez aqui garoto? Quase me causa um infarto. – Mamãe coloca a mão no peito.
— Veio visitar seu pai? – Pergunto enquanto minha mãe abre a porta.
— Melhor que isso.... Vou voltar a morar com ele, meus pais voltaram.
Há oito meses os pais do Nathan decidiram se separar, ele foi com a mãe morar na casa de sua tia em outra cidade próxima. De vez em quando vinha passar o final de semana com o pai.
— Uma boa notícia, assim vocês podem fazer companhia um para o outro e brincarem como era antes. – Mamãe coloca as sacolas na mesa, ponho as minhas junto às dela.
— Sim, sinto falta dos nossos momentos de diversão juntos. Cheguei a uma hora e não vi a Angélica nem os pais dela, fui na casa deles depois de passar aqui e ver que vocês não estavam.
Tem muito tempo desde a última vez que o Nathan veio aqui, a Angélica e os pais estavam bem. E pelo jeito não sabe o que aconteceu.
— E não vai ver Nathan, eles estão passando por uma situação complicada. – Explica minha mãe.
— Meu pai contou que eles foram acusados de traficar, mas já está tudo resolvido, né? Eles são inocentes.
— Eles ainda estão presos, a Angélica foi adotada por um casal e não sabemos quanto tempo vai continuar assim... – Nathan me olha surpreso.
— Adotada??
— Sim, os pais adotivos mudaram ela de escola. Agora nos vemos bem pouco, conversamos mais por mensagem.
— Não tem nada que podemos fazer para ajudar eles?
— Tem, dar apoio a Angélica, mostrar que a amizade de vocês vai continuar mesmo com essa terrível situação. Nada mais! – Minha mãe diz firme com a gente, — O resto será resolvido pelos adultos. Ok?
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Uma nova vida
Historical FictionSeparada de sua família por mentiras, levada para juizado de menores. Uma menina de 12 anos doce, simpatica, alegre, obediente, bondosa... Sofrendo injustiças na vida, se torna outra pessoa. Uma pessoa fria, desconfiada, rancorosa, desobediente e...