Como a história começou...

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18 de agosto de 2018, sexta-feira

Pov. Autora

Angélica estava ansiosa para comprar os seus materiais escolares, na segunda seria seu primeiro dia de aula.

— Vamos filha? Temos que comprar logo o seu material. – Chamou Catharina da sala.

— O papai vai com a gente mamãe? – Perguntou ao ver o pai arrumado.

— Eu vou acompanhar vocês até a loja e depois ir comprar algumas verduras que estão faltando. – O homem acariciou o cabelo da filha antes de a porta ser brutalmente arrombada.

— É a polícia! Mãos na cabeça! Mãos na cabeça os dois! – Três policiais entraram na casa apontando as armas para o casal.

Lorenzo pedia calma aos policiais, Catharina se pôs a frente da sua filha com medo.
Angélica segurou na cintura da mãe, ela começou a chorar com medo.

— Se afastem da criança, coloque as mãos atrás da cabeça e deitem no chão. – O casal obedeceu à ordem do policial. Ir contra os oficiais não seria uma boa, um deles poderia atirar e os acertarem, levando a morte.

— Vem comigo – um homem segurou o braço da Angélica, ela estava confusa sem saber o que fazer.Ele tirou-a de lá com certa força, a colocou dentro de um carro preto. — Vai ficar tudo bem com você.

— O que está acontecendo? Quem é você? – Perguntou desesperada, ela olhou pela janela vendo o seu pai saindo algemado, tentou abrir a porta travada, começou a bater no vidro ignorando a voz do homem ao seu lado.

— Por que estão fazendo isso? – Perguntou Lorenzo enquanto era levado para a viatura.

— Vocês estão presos por fazerem parte da maior rede de tráfico e venderem drogas ilegais. – O casal ficou em choque ao ouvir a mentira do policial.

— Isso é mentira. – Disse Catharina, ela olhou em volta procurando a sua filha antes de ser colocada na viatura. O seu coração estava disparado, ela não conseguiu ver para onde levaram a sua menina.

Para Angélica, ver os seus pais sendo tratados daquele jeito foi horrível, ela queria sair daquele carro e ajudá-los. O veículo  começou a andar, Angélica colocou a mão no vidro, a dor que sentiu era diferente de todas as outras que já sentiu na vida. Se a perguntassem antes qual era a maior dor que já sentiu, responderia, tomar uma benzetacil. Agora uma injeção não chega nem perto da dor de ver os seus pais sendo tratados como criminosos.

— Por que estão fazendo isso com a gente? – Perguntou ao homem que a olhava com pena, não era a primeira vez que tinha que separar uma criança dos pais infratores. Algumas crianças eram gratas, pois os pais eram pessoas ruins. Esse era um caso diferente, ele notou o quanto a menina amava o casal, se perguntava se ela sabia realmente como eles eram ou se os pais eram mesmo inocentes com as evidências provando o contrário.

— Sou do juizado de menores, a levaremos até uma delegacia. Não tenha medo, faremos apenas algumas perguntas depois a levarão  para outro lugar onde ficará durante um tempo. Vai ser complicado e difícil, mas vamos-lhe explicar algumas coisas. – Angélica encolheu-se no banco, a preocupação com os seus pais era maior do que aconteceria com ela.

— E os meus pais?

— Eles também estão sendo levados para a delegacia para esclarecer algumas questões, vai levar um tempo longo  para poder vê-los de novo. – A criança sentiu-se pior, uma falta de ar começou nos seus pulmões.

— Mantenha a calma, fique atenta a sua respiração e repita comigo. – O mais velho inalou todo o ar possível, em seguida exalou. Angélica fez como ele — Faça até se sentir bem.

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⏰ Última atualização: Oct 14, 2022 ⏰

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