cap 6

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  Assim que passei pela porta principal do internato pude ouvir alguém me chamando. Inclino levemente a cabeça procurando saber quem me chamava, quando faço isso meus olhos se prendem na figura do encrenqueiro metido a badyboy de mais cedo.
- Eai novata, topa um café da manhã antes das aulas?- Diz enquanto acenava para o saco de papel em sua mão.
Uhm, que mau pode fazer em aceitar? É só um café com um cara gato, que a qualquer momento pode simplesmente pular em cima de mim, me estrangular e vender os meus órgãos no mercado negro. Mas relembrando, ele é gato, na verdade isso é um eufemismo pra ele, o cara é um absurdo de lindo. Vendo a minha indecisão ele acrescenta:
- Qual é, é apenas um café.- Ergue uma sobrancelha numa expressão de zombaria.
- tem razão.
Ele mostra a direção e seguimos em silêncio até o telhado do prédio, o telhado tinha um espaço plano com umas pilastras e uma área como se fosse uma varanda. Ele senta no parapeito e indica o lugar ao lado dele, sento me ao seu lado e ergo o braço buscando pegar a sacola com nosso café da manhã.
- Nossa!
- Bom né?- Fala referindo-se ao café em nossas mãos, concordo com a cabeça enquanto tomo o café.
- Roubei da sala dos professores, eles têm uma máquina de café ótima.
Não aguentei segurar a risada, ele falou isso com tanta naturalidade que foi impossível não rir. Como se fizesse esse tipo de coisa toda hora, se bem que vindo dele não me surpreenderia.
- Mais então novata, se adaptando?- Fala levando o copo a boca.
- Sim.- afirmo balançando os pés, até que a vista daqui de cima é bem legal.
- Namorado?- Olho para ele sem entender onde queria chegar com esse papo.
- Por que a pergunta?
- Por nada.- Fala dando de ombros.- Só queria saber se o caminho tá livre.
Viro o rosto em sua direção com uma expressão desacreditada antes de pronunciar:
- Você é bastante direto né?
- Não gosto de perder tempo. Quem perde tempo é relógio parado.- Fala se aproximando sem tirar os olhos dos meus, desviando às vezes para minha boca.
Antes que acontecesse alguma coisa o sinal toca,
quebro a nossa troca de olhares e me ergo do parapeito limpando os farelos da roupa.
- Você não vem? Pergunto analisando ele olhar lá para baixo.
- Não- pronuncia sem deixar de encarar algo no campo.
- Estar certo disso?- Questiono.- É a primeira aula do ano ainda e já planeja faltar?
- Não esquenta, já assisti essa aula centenas de vezes.- Diz levantando e piscando um olho para mim.
O vejo caminhar lentamente até a saída, não espero mais e alcanço ele, descemos as escadas e me despeço dele temporariamente indo até a minha primeira aula do dia.

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