Infinitely yours

conhecendo

Assim que entrei pela porta do internato, me deparei com um garoto de lindos olhos cinzas meio perolados  sendo escoltado por dois guardas. Ele era bastante alto comparado a mim, tinha longos cabelos castanhos que com toda certeza eram mais hidratados do que o meu.

- O que aprontou dessa vez Neji?
- Sabe como é, o de sempre.
Pelo visto o nome do garoto arruaceiro era Neji, ele era bonitinho, mas sem dúvidas não valia nada. Deve ser do tipo Bad boy filhinho de papai que apronta pra chamar atenção, uma vez me relacionei com um parecido, foi no fundamental eu e minhas amigas tínhamos um crush nele. Eu chamei sua atenção por causa do meu jeito, que era diferente das outras garotas, nos aproximamos e começamos a namorar. Resultado, peguei ele aos beijos com uma garota mais velha, ele esteva a uns anos mais a frente do que eu na escola, falou que por eu ser mais nova não era experiente o suficiente, enfim um belo de um babaca.
- Quando você vai parar de me dá trabalho Hyuga?
- Quem sabe? - deu de ombros não muito interessado no assunto - Quem manda aqui ser um saco - O homem com que ele estava conversando claramente estava impaciente com tudo isso.
- Podem levar ele daqui.

Vi ele dando uma piscadela para mim antes de sumir do meu campo de visão, que audácia do indivíduo, tá certo que ele é lindo de morrer e atingamente eu nem pensaria em me jogar nos braços dele, mas agora eu sou uma pessoa diferente e me nego a me relacionar com alguém, ainda mais aqui nesse fim de mundo.
- Pois não?- o homem que falava com o Neji me perguntou, balancei a cabeça dispersando os pensamentos que insistiam em aparecer.
- Oi meu nome é Sakura e acabei de chegar, o homem na portaria me falou que eu tinha que falar com você, senhor...
- Prazer senhorita Sakura meu nome é Iruka, descarte aqui seus objetos perigosos.
- Objetos perigosos?- não entendi ao que ele se referia, o que ele pensava? Que eu estava com alguma arma na bolsa?
- Sim, tablets, celulares, rádios, tvs, notebooks, walk talkies, canivetes, falcas entre outras coisas perigosas. Devolveremos seu celular quando for ligar pra alguém. Ligação somente uma vez durante a semana e ela durará exatamente 1 hora, nem mais nem menos alguma dúvida?

Beleza primeiro, como é que eu vou por uma TV na minha bolsa? Ok agora o mais importante, como é que eu vou ficar sem celular aqui? Pior como assim ligação somente uma vez na semana e ainda por cima só uma hora? Mano eu estava errada, aqui não é uma prisão é pior.
- Não senhor.
- Ótimo agora você irá para a diretoria pegar os horários das suas aulas - Ele passeia com os olhos até pousar numa garota com cabelos loiros curtos e roupas rasgadas que estava com um grupo de pessoas subindo as escadas - Temari poderia acompanhar a senhorita Sakura, até à  diretoria para ela pegar os horários?
A garota confirma com a cabeça e se despede do grupo. Ela me acompanha até o local, eu pego os horários e a chave do quarto.
- Então de onde veio? - Olho pra ela e percebo que está querendo quebrar esse silêncio.
- Carolina do Norte, e você? - Resolvo manter o diálogo e conhecer mais um pouco ela.
- Califórnia, então o que achou daqui?

Fora que aqui parece cenário de filme de terror? Sério porque caralhos aqui tem um cemitério? Fiquei com medo assim que o cara lá de baixo falou para por objetos perigosos dentro da caixa, eu não quero acordar de madrugada com um maluco segurando uma faca no meu pescoço, sou muito nova pra morrer ainda.
- Ainda não tenho uma opinião formada, ahm, por que aqui tem um cemitério?
- Assustador né? Essa escola ou reformatório como você quiser chamar, eu particularmente chamo de purgatório porque todo mundo parece meio morto, e convenhamos isso aqui é castigo. Enfim, essa construção foi feita na época da segunda guerra por isso o cemitério, tinham que enterrar os corpos em algum lugar né?
- Por isso esse lugar está caindo aos pedaços, mais velho que minha avó.
- Tá ai gostei de você, realmente esse lugar é bastante velho.

Continuamos andando até que ela resolveu parar.

- Bom, esse andar é o meu, o primeiro e o segundo são o andar dos mais normais, os de cima são das pessoas mais, você sabe...-  a loira levou os dedos na altura da cabeça e rodou em forma de círculo, indicando as pessoas que não batem muito bem da cabeça - Qual é o seu?

- Quarto 301 - Temari não falou mais nada, deve está processando a informação que acabou de descobrir. Percebendo que eu não estava brincando com a cara dela, começou  a ficar sem jeito.
- Nossa, eu nem sei o que falar, desculpa mesmo. Nossa mas nem parece, o que você tem? Que dizer, me perdoa as vezes eu não me controlo.
- Não, tá tudo bem, acontece - Não é só porque vejo algumas coisas que não existem, que eu tenha que sair falando - Se não se importa eu gostaria de subir pro meu quarto, sabe acabei de chegar de uma viagem de carro e gostaria de descansar.
- Não tudo bem, e me desculpa mais uma vez - Acenei para ela me despedindo, quando virei pra subir, trombei com algo duro só que macio ao mesmo tempo, ou melhor alguém, um alguém com lindos e penetrantes olhos pretos como pedras ônix.