Cap 10

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Oie tudo bem? Comentem o que estão achando da história até aqui e se puderem dêem aquela estrelinha né, ajuda muito e motiva a continuar escrevendo. Boa leitura.
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                Pov
               Saky

  Ele acaba quebrando a nossa troca de olhares quando organiza as suas coisas e se levanta na intenção de ir embora, dando a leve impressão de querer sair o mais rápido possível de perto de mim. Noto que na pressa acabou deixando o giz cair.
- Ei. - chamo-o. - Ele vira o rosto levemente, questionando-se o por que de eu tê-lo chamado. - Deixou cair. - Pego o giz do chão lhe oferecendo. Ele me dá as costas e vai embora, ignorando o giz deixado para trás. E eu? Fico aqui parada igual uma idiota, segurando o giz.

              ♤°♤°♤

  - Tem certeza? - Pergunta a voz do outro lado do telefone.
- É sério eu tô bem. - Afirmo sem querer preocupa-la.
- Como é a comida? - indaga abandonando o assunto sobre o incidente da estátua.
- A comida é boa. - Afirmo sem muita convicção.
- Quer que eu leve alguma coisa? - Questiona.
- Qualquer coisa? - Pergunto esperançosa.
- Claro querida.
- Eu queria aquela sua panqueca de laranja com canela chantilly e bananas, seria... - Sou interrompida pela batida impaciente na porta me apressando.
- Por que demorando tanto? Anda logo! - Exclama o garoto do lado de fora da cabine telefônica esperando a sua vez de uso.  Peço pra ele um segundo e volto a atenção ao telefone.
- Mãe?... Mãe? - Coloco o aparelho de volta no objeto que sustenta ele na parede, quando ouço que o tempo de ligação foi encerrada. Caminho até a porta, mal abrindo-a e logo sendo espremida pelo garoto que passa em direção ao telefone. Educação mandou lembranças. Caminho até o meu quarto, chegando lá dou de cara com a Hina sentada em minha escrivaninha.
- Não acredito que tenho que esperar uma semana inteira pra falar com eles, eu não tive nem chance de dizer tchau. - Resmungo caindo na cama.
- Pode usar minha ligação na terça. - Diz rabiscando algo no caderno.
- Não. - Nunca que eu tiraria a oportunidade dela de falar com os pais, só porque eu não consigo aguentar de saudade até a próxima semana.
- Sério, eu não vou usar. Eu tô aqui há seis anos, todo mundo que conheço tá aqui e todos que quero conversar estão nesse quarto. - Fala focando em mim.
- Mas e seus pais? - Ela não responde, apenas emiti um som de descaso.
- O que eu quero perguntar é...
- Como é que eu vim parar aqui? - Me interrompe completando a pergunta.
- Não precisa me contar. - Digo sustentando o seu olhar, tudo o que menos quero é deixar a minha única amiga desconfortável. Sem ela aqui eu vou acabar ficando sozinha, eu me apeguei bastante a nossa amizade e ela sabe muito sobre mim, não quero ter que me livrar dela por saber de mais a meu respeito. Essa vaca tem muitos conhecimentos sobre minha pessoa, ela não pode simplesmente ir embora e me deixar. Está presa comigo para sempre, quem mandou fazer amizade comigo?
- Bom, depois que meus pais se divorciaram nenhum deles queria ficar comigo, então decidiram que o colégio interno seria a melhor opção. - Levanta as sobrancelhas e incha um pouco as bochechas ao contar. -  E assim que minha mãe viu aquele panfleto que mostra os alunos andando a cavalo, nadando e tudo mais, foi isso. - Suspirou. - A procura acabou, eu fui matriculada e aqui estou eu.
- Então você não é uma doida cleptomaníaca, maníaca depressiva? - Brinco.
- Não. - Olha para baixo prendendo o risinho, mas sua expressão retorna rapidamente pra seriedade. - Infelizmente meu caso é mais grave e sem tratamento,  Tenho PDT.
Busco na memória algo sobre essa doença mas nada me vem a mente.
- O que é?
- Pais tragicamente desinteressados. -
Solto uma lufada de ar. Pelo pouco que conheço a Hina,  ela é uma pessoa fantástica, não merece todo esse abandono dos pais. Eles não podem simplesmente tratá-la como um fardo. Como um sapato velho e gasto que não possui mais nenhuma utilidade e você troca por outro e o joga fora. Ela é um ser humano, filha deles, possui sentimentos, independentemente de como a relação deles tenha acabado em fracasso, é obrigação deles como progenitores deixarem de lado as desavenças e cuidarem do futuro da filha deles. Lhe dar atenção, cuidado, amor, ampará la sempre que necessário. Ainda mais num momento tão delicado que é ver os pais, que devem ser seu porto seguro, se separando.
- É, meus pais são péssimos. - Deixa escapar um sorriso sem humor.
- Mas têm uma piscina. - Refiro-me a piscina do colégio, que inclusive pretendo usá-la logo.
- É têm a piscina. -  Concorda comigo.

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