Nós aceitamos

383 40 16
                                    

Calliope Burns

Eu e Jules adormecemos nuas e com o corpo entrelaçado na cama. Não sabia que horas eram, apenas contemplei aquela pele pálida ao meu lado e sorri. Estava feliz por finalmente tê-la comigo e desta vez eu faria de tudo para que fosse até o fim da vida. 

Percorri minhas mãos pelas costas de Juliette, seu corpo era sempre tão gelado e contrastava com a minha temperatura quente. Um sorriso estava nos meus olhos, eu queria novamente tê-la. 

-O seu coração me despertou. Ela disse manhosa, abrindo os olhos devagar. 

-Desculpe. Sussurrei.

-Tudo bem, eu gosto de ouvi-lo bater forte, ainda mais quando é por minha causa. 

Juliette se sentou passando as mãos pelos olhos, aquilo foi fofo e meu coração se aqueceu. A envolvi em meus braços e beijei seu rosto com carinho, sabia que tinha de levantar para ir voltar ao mundo normal, minha missão tinha acabado, o clã saberia em breve o que aconteceu, escolhi Jules do que minhas origens. 

-O que te preocupa? Juliette perguntou com o semblante preocupado. 

-Não sei o que irá acontecer com a minha posição no clã. Suspirei. 

-Me desculpe por coloca-la nessa situação. 

-Ei. Segurei seu rosto com minhas duas mãos. -A culpa não é sua e eu não me importo com o que farão comigo, temo apenas por Apollo e Talia. 

-Tem alguma ideia do que possa acontecer?

-Acredito que poderão nos banir, não deverão praticar punições físicas, porque eles não matariam humanos, até onde eu sei, mas depois do que Tesse disse ficou tudo nebuloso. Respirei fundo. -Mas só por hoje, eu quero ter um dia normal com você. 

Peguei meu celular e avisei ao trabalho que iria faltar por motivos pessoais. Gostaria de passar o dia preenchido por Jules, sentir que poderiamos conseguir compensar o tempo perdido. Meus sentimentos por ela era tão claros e saber que era correspondido me fazia forte o suficiente para enfrentar qualquer desventura que poderia vir. 

-Agora eu preciso de um bom banho e estou com fome. 

-Será que eu poderia acompanha-la? Jules perguntou com um pouco de timidez. 

-Meu amor. Eu ri. -Depois de hoje, acha que existe algo que não possa fazer comigo? 

Um sorriso pretenciosos surgiu nos lábios da imaculada e me senti sorrindo da mesma forma. Levantamos e fomos até o banheiro da suíte, deixei que a banheira se enchesse d'água morna enquanto aproveitamos para conversar sobre coisas banais. 

Era interessante saber como a vida de Juliette fora sem a minha presença, ela contava com empolgação sobre o período de faculdade, como conseguia ser uma pessoa normal a maioria do tempo e que ficar longe de sua família foi um verdadeiro alívia. Tinha toda aquela história da Esmeralda que ela sabia que iria lidar, mas os dias na Itália haviam sido felizes o suficiente, mas nada se comparava a estar comigo. 

Entramos na banheira, Jules sentou no meio de minhas pernas e eu passei a beijar aquele pescoço que tanto amava. Sentir o seu cheiro natural, sentir sua pele gelada contra meus lábios quentes, tudo era tão excitante de uma forma romantica, como se o amor se tornasse sólido e eu pudesse senti-lo em cada póro do corpo de Juliette. 

-Não acredito que estamos juntas novamente. A loira sussurrou entrelaçando seus dedos nos meus. 

-Pois acredite, agora cumpriremos nossas promessas. 

O nosso fim - First killOnde histórias criam vida. Descubra agora