Herdeiras

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Calliope Burns

-Juliette não está aqui! Disse entrando na sala. 

-E qual o problema nisso? Sebastian perguntou com desdém. 

-Ela e Margo saíram.

-Continuo sem entender o que teria demais nisso. Sebastian me encarou. -Elas são amigas e agora que Margo é uma imaculada completa, acredito que foi contemplar o mundo, é uma ótima sensação. 

-Eu não confio em Margo, acho que ela pode fazer mal a Juliette. 

-Até onde eu sei, foi você quem tentou matar minha filha e Margo foi quem a salvou. Margot disse com ar de superioridade. -Temos outras prioridades e você deveria saber que no momento temos que nos concentrar em achar Elinor, ela é um risco para todos nós.

-Não tenho tempo para discussões. Reclamei enquanto marchei em direção a varanda. 

Sai batendo a porta, estava com raiva, porque sabia que algo estava errado. Senti a presença de alguém e para o meu alívio era Theo e minha mãe quem chegaram para me fazer companhia. Meu pulso estava acelerado e comecei a suar. 

-Você realmente acha que Margo pode machucar Juliette? Theo questionou.

-Eu não sei como explicar, é uma sensação que não sai de mim. Acho que tem alguma coisa de errado com ela, como se não estivesse se sentindo bem comigo.

-Você não acha que está com ciúmes? Bom, as duas são vampiras... 

-Não! Interrompi minha mãe. -Eu sei separar as coisas, o que sinto em relação a Margo é um instinto de caçadora. 

-Então vamos procura-las. Theo sugeriu com um sorriso. -Como nos velhos tempos, vamos caçar monstros. 

-Como vamos localiza-las? Não faço ideia para onde foram. 

-Achei que você fosse uma caçadora. Theo disse ainda sorrindo. -Use seus instintos, senão também acreditarei que o que está sentindo é apenas ciúmes.

Revirei os olhos e depois sorri, vi meu antigo irmão naquele sorriso e provocação. 

-Theo, entre no quarto e vê se acha alguma coisa, eu vou verificar o lado de fora da casa, temos sorte do chão no Maine ser sempre tão úmido nessa época do ano. 

A mão pesada de Theo bagunçou meus cabelos e sorrimos. Talia também sorria e pedi para que ela me acompanhasse. Demos uma bela olhada em volta da casa e bem abaixo da janela de Margo haviam quatro pegadas, eu tinha certeza que era delas e de Jules. Theo saltou pela janela, simulando o que elas haviam feito e começamos a segui-las.

O lado bom de ter um irmão vampiro é que os instintos dele são mais apurados, ele falava sobre sentir no ar o cheiro de Juliette e Margo, eu não iria duvidar, então eu e minha mãe o seguimos logo que as pegadas acabaram. 

Theo parou de repente, seus olhos corriam de um lado para o outro, ele estava procurando alguma coisa. 

-O que foi, Theo? Disse baixinho. 

-Tem alguma coisa errada, me deixe tentar escutar. 

-Theo! Margo veio correndo em nossa direção com a expressão aflita. -Quem bom que encontrei vocês, precisam vir comigo imediatamente! 

-Não vamos com você a lugar algum, onde está Juliette? Perguntei com raiva. 

-É por causa dela que vim procurar vocês, vai ficar aí parada ou vai me ajudar a salva-la?

Meu coração passou a bombear o sangue tão fortemente que achei que fosse explodir, daria um voto de confiança a Margo e se ela ousasse me levar para alguma enrascada, eu iria garantir que dessa vez ela não voltasse do mundo dos mortos. 

O nosso fim - First killOnde histórias criam vida. Descubra agora