Não fuja

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Juliette Fairmont 

-Eu não acredito que você matou Tess! É inacreditável que você não saiba o que é limite a essa altura da vida! Disse irritada enquanto andava de um lado para o outro. 

-Fiz o que foi necessário, já te disse. Margo tentou contra-argumentar. 

-E se Calliope nunca me perdoar? Se ela me deixar novamente?

-Ela disse que não vai te deixar, Jules. Tenta relaxar! 

Comecei a roer minhas unhas, não tinha como ficar calma com aquela situação, eu estava prestes a pedir a mão de Calliope e Margo poderia ter estragado tudo. Se eu fosse humana estaria tendo uma crise de ansiedade, tenho certeza. 

-Como foi? Como você a matou? Ela sofreu?

-Não acho que você queira saber os detalhes da morte daquela caçadora. 

-Me conta! Insisti. 

-Ela sofreu, fiz questão que sofresse... Já que os humanos acreditam em céu, inferno, vida pós morte ou qualquer outra merda, queria que para onde a alma dela fosse, ela se lembrasse. 

Sentei-me no sofá, minhas mãos estavam tremendo, eu estava nervosa. Um misto de raiva e desgosto por Margo ter feito o que fez. Quando minha amiga tinha virado aquilo? Em qual momento no meio do caminho ela cedeu sua parte humana e se tornou um monstro por completo? Margo se ajoelhou na minha frente e pegou nas minhas mãos, seus olhos escuros miraram os meus:

-Jules, eu ainda sou a sua amiga de sempre, mas agora eu estou um pouco diferente, desde que... Você sabe. Respirou fundo. -Eu não posso suportar existir num mundo onde você não exista, não posso suportar a ideia de que alguém te fez mal. Por você eu darei minha vida, meu corpo e o que mais for necessário, você é o que mais importa para mim, é a minha família e a única pessoa que eu amo em todo esse mundo. 

Desde que conheci Margo, ela sempre disse que não tinha família, os pais estavam mortos, não tinha irmãos ou parentes. Ela cresceu em um orfanato e batalhou muito para ter algo na vida, então o destino dela cruzou com os meus pais e ela havia se tornado uma vampira, agora minha melhor amiga era uma imaculada por completo, sua parte humana havia morrido quando Cal a matou e ela voltou, diferente, mas ainda assim era a pessoa com quem andou comigo por todo esse tempo, que suportou minhas dores e me acolheu quando eu me senti perdida. Não tinha como não perdoa-la. 

-Preciso que me prometa algo, que nunca mais matará um humano de forma torturante e que nunca mais matará se não for extremamente necessário. 

-Eu te prometo com todo o meu coração. Margo me puxou para um abraço e me distribuiu beijos pelo rosto. 

-CHEGA! Disse rindo. 

-Ta bem. Ela revirou os olhos. -Acho que devo me desculpar com sua namorada, acha que ela aceitaria minhas desculpas? 

-Calliope é... 

A ultima vez que um vampiro havia atingido diretamente Calliope, foi quando eu transformei Theo e ela não me perdoou por vários anos, mas não custava tentar:

-Apenas dê um tempo para ela e depois peça desculpas. 

-Gênio forte o dela, entendo. Margo sorriu travessamente. -Sei que vai pedi-la em casamento e sabe o que isso quer dizer?

-Que terei uma família?

-NÃO! Que minha parte humana clama que tenhamos uma despedida de solteira para você, afinal, que tipo de amiga eu seria se não te proporcionasse isso? 

O nosso fim - First killOnde histórias criam vida. Descubra agora