Desire - Juliette Fairmont

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Juliette Fairmont

Pela primeira vez eu estava dentro da casa de Calliope, o ar tinha o cheiro dela, forte e mercante. Era um espaço agradavel, apesar da ausência de uma decoração pessoal. Provavelmente os planos dela eram apenas estar ali, terminar o trabalho e seguir para o próximo. 

-O que tanto observa? Calliope perguntou me encarando. 

-Sua casa é desprovida de personalidade. Me arrependi assim que acabei de dizer. -Quero dizer... É impessoal. 

-Entrar e sair, sem deixar rastros. Esse era o plano. Calliope me deu um selinho e terminou com um sorriso, afastando-se lentamente de mim. -Mas não deu muito certo. 

-Ainda bem. Sussurrei. -Não sei o que faria se você tivesse concluído o seu plano, na verdade sei, morreria. 

-Me arrependeria no momento em que o fizesse. Calliope passou os dedos delicadamente em meu rosto. -Todo esse tempo, minha mente esteve em você, no fundo, bem no fundo, nem eu acreditei que pudesse realmente te odiar. 

-Acho que por algum momento, você realmente acreditou. Tentei sorrir. -Mas, aqui estamos, juntas novamente. Você pensa no que acontecerá em relação aos teus?

-O clã? Eu não me importo, eu tenho você! Não ligo para as consequências, eu quero viver esse amor. 

Envolvi meus braços na cintura de Calliope e sorri, mostrando todos os meus dentes, estava feliz em tê-la em meus braços, mais do que nunca. Ela me encarava com aqueles olhos escuros e intensos, sentia minha bochecha começar a corar, como depois de todo esse tempo eu poderia ter vergonha quando estava com Calliope? 

-Não sou uma vampira, mas posso sentir o seu coração pulsar fortemente. Ela sorriu. 

-Calliope Burns, você sabe me ler perfeitamente. Dei-lhe um selo. -Eu senti tanto sua falta e todo esse caos... Eu só queria poder ter um tempo bom ao seu lado. 

-Agora nós podemos, por que não vem conhecer meu quarto? Lembro-me que na adolescência você me visitou certa vez. 

-E teria feito hoje, mas não possuia convite para entrar. 

-Agora você pode e não só isso, podemos aproveitar tudo o que não podemos. 

Calliope sorriu de modo sugestivo e pegou na minha mão me conduzindo pelo corredor em direção ao quarto dela. Lá haviam coisas um pouco mais pessoais, era diferente do quarto dela na adolescencia, sem frases na parede, mesanino, dentre outras coisas. Mas haviam fotos de família, uma em específica me chamou a atenção. Calliope, Apolo e Theo - ela estava ao centro da imagem e os dois irmãos davam largos sorrisos com as mãos na cabeça da mais nova bagunçando-lhe o cabelo, ela não sorria, parecia irritada com o gesto deles. 

Senti a morena pegando em minha cintura e puxando-me para sentar em seu colo. Eu prontamente obedeci, sentando-me de frente para ela. Os olhos já não estavam graciosos, ardiam em desejo, como duas chamas que iluminavam o seu rosto. 

-Sabe o que mais quero neste momento? Ela perguntou. 

Podia ouvir os batimentos de Calliope soarem acelerados, sua respiração levemente mais densa do que nos momentos em que estava completamente relaxada, eu poderia responder aquela pergunta de forma acertiva, mas achei melhor entrar num jogo: 

O nosso fim - First killOnde histórias criam vida. Descubra agora