[16] Gnossienne

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nossa, depois de mil anos, voltei, se alguém ainda lê, me desculpa MESMO pela demora. 

devido a demora, recomendo que passem o olho no capítulo passado para entenderem esse aqui. tem muitos gatilhos, como eu já avisei no inicio da fanfic, violência e uso de drogas. então estejam avisados. obrigada por todo esse carinho, mesmo com uma história tão lenta kkk de verdade, obrigada. 


boa leitura. se cuidem sempre, ok? 


Gnossienne

"Momento em que você percebe que alguém que você conhece há anos, tem uma vida interna, privada e misteriosa."


Jeongguk abriu os olhos sonolentos quando ouviu um barulho de algo se quebrando.

Demorou alguns segundos para que pudesse se localizar, lembrando-se de como havia chegado ali. O travesseiro de Taehyung estava vazio, mas tinha o cheiro de perfume envelhecido que ele sempre usava e um toque suave de nicotina que havia se tornado quase familiar. Deslizou os dedos pela fronha branca, revivendo as lembranças da noite passada, a última coisa que se lembrava era de Taehyung bêbado, reclamando debaixo do chuveiro de como a água estava fria e como ele gostava tanto, tanto, tanto de Jeongguk.

Sorriu involuntariamente com as lembranças. Taehyung bêbado era absurdamente grudento e sincero, e mesmo em uma situação recheada de fragilidade, não deixou de frisar a cada segundo o quanto Jeongguk significava na vida dele. E foi impossível não se sentir amado com toda aquela sinceridade.

Outro barulho veio do andar debaixo. Agora mais desperto, poderia jurar que alguma coisa havia atingido a parede com força e se quebrado. Assustado com as possibilidades, Jeongguk se levantou da cama e desceu as escadas apenas de meias, cueca e uma blusa larga que cobria as até metade das coxas.

A cada passo, aumentava a sensação pesada no peito de que algo ruim estava acontecendo. E entrou em alerta quando viu um homem alto de cabelo preto, abraçando Taehyung como se o impedisse de cometer algum movimento, imobilizando-o. Reconheceu aquela cara, era o mesmo homem misterioso que apareceu algumas vezes sem nenhuma explicação, Seokjin. Ao passar os olhos pelo ambiente caótico, viu que a sala estava uma bagunça; as decorações espatifadas por todo o carpete em milhares de pedaços e os movéis desorganizados, no chão, um porta-retratos quebrado em milhares de pedaços.

— Tae? — Jeongguk chamou com a voz rouca e quebradiça, ainda processando o que estava acontecendo. Taehyung congelou ao ouvir a voz dele, e quando se virou na direção de Jeongguk, tinha os olhos injetados e inchados que denunciava um choro recente. E foi óbvio o esforço que ele fez para ter controle do próprio corpo de voltar e fingir neutralidade. — O que está acontecendo? Tudo bem?

Em movimento um pouco brusco, Taehyung se livrou do aperto de Seokjin, respirou fundo e ajeitou a roupa bagunçada.

— Sim, está tudo bem, tudo ótimo. — Ele limpou a garganta como se não confiasse na própria voz, que estava embargada e havia um detalhe difícil de esconder; havia raiva vazando pelas bordas das palavras, mesmo com esforço de parecer inabalável. — Eu que sou um pouco emocionado demais com algumas coisas, não se preocupa, ok?

Jeongguk não acreditou em uma só palavra. Ele olhou para Seokjin com o cenho franzido a espera de uma explicação porque nada tinha sentido naquele cenário.

— E o que ele está fazendo aqui?

Os dois se olharam, e parecia que ninguém tinha uma resposta para dar, mas Taehyung falou meio desesperado, antes mesmo de Seokjin abrir a boca:

A grama do vizinho nem sempre é mais verde (taekook)Onde histórias criam vida. Descubra agora