O ritual & o Acampa Dentro

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Na sexta-feira o único assunto que toda a Education Light High conversava  era sobre a tão esperada noite que passaríamos na escola

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Na sexta-feira o único assunto que toda a Education Light High conversava era sobre a tão esperada noite que passaríamos na escola. O ensino médio inteiro estava animadíssimo, e com razão. Os folhetos passavam para lá e pra cá, alguns amassados, outros até que bem cuidados.

No lanche eu e Jade nos sentamos num canto do pátio, eu comendo meu pudim de potinho e ela devorando um sanduíche vegano, não por ser vegana, mas simplesmente por achar gostoso.

- É hoje! – Ela disse, animada. – Passou até que rápido, não acha?

Concordei com a cabeça.

- Que horas você chega mais ou menos? – Perguntou.

- Que horas começa?

- Umas sete da noite.

- Ótimo. Chegarei às oito. Ainda não conversei com a minha mãe sobre.

- Okay. O Pedro virá, não é? – Jade perguntou, esperançosa.

- Sim. Ele chegará de viagem essa tarde, e me prometeu que viria. – Confirmei.

- Todo mundo já está arquitetando várias formas de trazer álcool para cá. Estão pensando em batizar o ponche que ficará no ginásio e até mesmo um dos bebedouros que ficam perto dos armários. – Jade comentou como se me contasse um grande segredo.

- Qual a pira que essa gente tem com álcool hein? – Perguntei, fazendo careta.

- Syd, pare de ser quadrada! Todos querem apenas se divertir.

- Eu sei, eu sei. – Olhei para ela. – Mas dá para fazer isso sem álcool, sabe.

- Claro. Mas nós somos jovens. Nada como uma dose a mais de coragem. – Deu de ombros e em seguida mudou de assunto.

Observei Luíza Pavarotti, que estava sentada na mesma mesa de sempre com as pernas cruzadas e um olhar de abelha-rainha. Ao seu lado estavam as gêmeas Garcia, como sempre muito fiéis. Concluí que Yasmin Bravado estava do lado de Rosa, e por isso nenhuma das duas deu o ar da graça no pátio hoje.

Pensando bem, não cheguei a ver Rosa em lugar algum hoje. Perguntei-me se ela estava bem. Pensei até em mandar uma mensagem, mas não o fiz.

O dia estava ensolarado, mas não estava o típico calor insuportável de sempre. Não havia vento, nem nuvens, apenas o sol queimando e queimando lá em cima.

Além de Jade falando e falando sobre lições e trabalhos e como achava o professor de geografia um gatinho, eu podia ouvir o som do cotidiano escolar: carros passando além dos portões da escola, vozes conversando, embalagens se abrindo, páginas virando. O cheiro de papel e árvore no ar, e o maravilhoso gosto do pudim se dissolvendo na minha língua.

Foi quase como me sentir em paz, num estado de normalidade onde eu ignorava todas as mil perguntas que meu cérebro insistia em fazer a 260 km/h.

Olhei para Jade, que agora falava de forma animada sobre como Bridgit Mendler tinha tudo para ser uma cantora superfamosa, e, mais uma vez, a mídia não soube valorizar mais uma voz incrível.

Com Todos Os Meus ÁtomosOnde histórias criam vida. Descubra agora