Bomba Atômica

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Não foi surpresa para mim o fato de eu ter ido muito mal no simulado

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Não foi surpresa para mim o fato de eu ter ido muito mal no simulado. Apenas rotina. Com certeza acertei a maioria das questões de humanas e mais ou menos um total de... uma questão de exatas.

Alguns chamam isso de burrice. Eu chamo de equilíbrio. Afinal de contas, não dá para ser boa em tudo, não é? Pelo menos eu sabia as teorias atômicas. O meu segredo era tratá-las como fases do amor.

Argh, Sydélia. Você não se cansa de ser uma romântica incubada não? Pude ouvir o sotaque britânico carregado de ironia na minha mente. Até as vozes da minha cabeça zoavam comigo. Revirei os olhos.

Em seguida fiz uma careta. Será que eu sou louca?

- Acho que nós merecemos ir à sorveteria no final da rua para comemorarmos. – Pedro propôs. Eu, ele, Jade e Rosa estávamos na saída da escola.

- Comemorar o que, Costa? Nossa miserável falha em mais uma prova? – Jade disse e fez um biquinho. - Olha só para mim e para a Syd. Estamos na mais pura derrota.

Rosa, que estava à nossa frente, riu.

- Olha, concordo com Pedro. Depois de 90 questões e cinco horas sentados numa cadeira extremamente desconfortável, a gente merece comer sorvete até sair pelo nariz. - Se animou e bateu duas palminhas rápidas. - Vamos, vamos.

E então é claro que nós quatro fomos para a sorveteria, onde a maioria dos alunos da Education Light High já estavam. Ali era o point.

Arranjamos um lugar e ficamos comendo e jogando conversa fora até anoitecer. Me senti bem. Feliz, até. Eu tinha meus amigos ali comigo, e muito sorvete.

De noitinha, voltei caminhando para casa. Estava meio frio, mas não o suficiente para me fazer querer colocar a jaqueta. Apreciei a caminhada e o novo álbum da Olivia Rodrigo que tocava no repeat em meus ouvidos.

Quando cheguei em casa, um cheiro delicioso de alho e molho de tomate chegou ao meu nariz, e senti minha boca salivar. Mesmo depois de ter comido um pote consideravelmente grande de sorvete, meu estômago roncou. Como diria o Seu José: só sorvete não sustenta ninguém!

Abri a porta e encontrei com a minha mãe na cozinha, jogando molho numa forma de vidro enquanto Melissa e Diana colocavam fatias de queijo e massa por cima.

- Lasanha! – Exclamei, feliz da vida. – Qual a ocasião?

- Marcos vai trazer a filha dele para jantar com a gente hoje. Mamãe cozinhou tudo isso aqui para nós! – Diana pulou de felicidade. – Não é incrível?

Esbocei o meu sorriso mais falso, mas tive medo de ter feito apenas uma careta.

- É... Incrível. – Olhei para Melissa, mas ela apenas deu de ombros.

E então tomei uma decisão de última hora.

- Mãe. – A chamei, e ela parou de derramar o molho de tomate na forma, direcionando um olhar curioso para mim.

Com Todos Os Meus ÁtomosOnde histórias criam vida. Descubra agora