capítulo 7

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#Alice

Estava na sala, mas parecia que estava perdida. Ouvir que minha mãe tinha tido um AVC foi uma das coisas mais pesadas que já senti.
Mesmo que a gente não esteja próximas nesses últimos momentos, ela é a família que eu tenho e não posso perder ela.
Só chorei assim que desliguei o telefone, e Sandro me abraçou e eu desabei. Eu não tinha forças pra mais nada, nem pra me levantar. Sabia que o Sandro estava falando comigo, mas não conseguia ouvir ou responde-lo.

Vi ele pegar meu celular, ligar pra algum lugar e logo em seguida ele me ajudou a levantar. Fomos caminhando até o carro dele, entrei e em alguns segundos acorde.

- Aonde estamos indo? - falei baixo, quase sem forças.

- Estamos indo pro hospital que sua mãe está.

Baixei a cabeça e fiquei puxando as peles levantadas do meu dedos, que logo começou a sangrar. Sandro segurou meus dedos, me olho com um olhar triste, como se pedisse para eu parar.

Assim que chegamos no hospital, dei o nome da minha mãe e me informaram que deveríamos aguardar na sala de espera da emergência.

Passaram-se horas e horas e finalmente o médico veio conversar comigo e com Sandro. E meu mundo desabou mais uma vez. Simplesmente cai aos prantos no chão ao ouvir que minha mãe havia tido morte cerebral. Não conseguia entender o que o médico queria me explicar, porque meu cérebro desligou. Como minha mãe havia tido morte cerebral?

Senti Sandro me levantar e me por sentada na cadeira, e me atirei nos braços dele chorando muito. Não sabia o que fazer.
O médico explicou todos os procedimentos que seriam feitos a partir de agora, mas não ouvi nada. Só queria saber se poderia ver a minha mãe, pois tinha as esperanças deles terem se confundido ou de acontecer algum milagre.

- Eu posso ver ela? - disse com a voz trêmula devido a crise de choro.

- Pode, mas por favor, tente se acalmar antes. - disse o médico tentando fazer com que eu parasse de chorar.

Sandro deu a mão pra mim, como se me desse forças para levantar e ir até lá. O caminho até o quarto dela parecia nunca chegar ao fim, mas quando eu entrei queria sair correndo.

Aquela não parecia a minha mãe, pois estava toda roxa e inchada. Imóvel. Era apenas um corpo em cima da cama.

Sai rapidamente daquele quarto, não queria mais ver ela daquele jeito.

Os exames para confirmar a morte cerebral duraram 24 horas e como havia optado pela doação de órgãos, seria mais 24 horas de exames para a liberação. E depois disso seria aguardar os órgãos pararem.

Foram 3 dias de tormento, não sai da emergência do hospital, dormi naquela sala de espera e me todos os dias o Sandro vinha me trazer comida e me levava em casa para tomar um banho.

Nesse meio tempo, avisei meu pai, e ele estava vindo para o Brasil. Minha mãe não tinha muitos parentes, mas os poucos que tinham, vieram me ver nesses dias. Todos me ajudaram e me apoiaram muito e quando chegou a noticia do falecimento dela já estava um pouco mais forte.

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Recadinho da autora

Oi gente, prometi e voltei!

Esse capítulo é um pouco mais curtinho, mas a continuação na visão do Sandro é enorme.

E já vem na sexta-feira.

Espero que gostem, votem e comentem muito, por favor!

Até sexta-feira 😘

Um professor perfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora