Capítulo 3 - Quer compartilhar?

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                        𝚃𝚞𝚝𝚘𝚛 𝚘𝚗:

   Acordo durante a manhã seguindo minha rotina de sempre e logo vou para a delegacia. Ao chegar, vejo todos reunidos na sala do chefe, me aproximo e percebo que era um sermão daqueles para toda a equipe.

  – VOCÊS SÃO UNS INÚTEIS! COMO NÃO INVESTIGARAM O QUE FICOU PRA TRÁS?! — Grita o chefe virando a tela do computador pra todos os funcionários, eram vários homens com roupas iguais e máscaras que cobriam todo rosto, a única coisa diferente eram os formatos dos corpos naquela gravação.

  – Senhor...não fui eu que investiguei! Foi o novato!- Um estagiário diz e aponta para mim, gelo na hora, sentindo um arrepio na espinha com o olhar do delegado sobre mim. Todos os olhares se direcionaram pra mim, fico extremamente desconfortável engolindo em seco.

  – Senhor, me falaram que não tinha nada, por isso não me aprofundei no caso.—  Falo sentindo o nervosismo vagando por todo meu corpo, o mesmo começo a coçar discretamente as mãos.

– VOCÊ É SÓ UM NOVATO E AINDA SIM CONSEGUE SER EXTREMAMENTE INÚTIL!– Grita e manda que todos ali presentes se retirassem do local além de mim. Assim que todos saem ele fecha as persianas pra não surgir fofocas, me sento na cadeira em frente a sua mesa, totalmente tenso. 

– Você só pode estar querendo me afetar Tutor- Ele diz massageando as têmporas.-  como a minha imagem fica em?!- Ele diz e apoia as duas mãos na mesa.

– Sua imagem? - Exclamo me exaltando.- Pai, o senhor que deve ser responsável por isso! E outra, você mesmo falou que era caso encerrado.- Digo sentindo meu sangue ferver, mordo a bochecha tentando manter a calma, mas minha perna balançava freneticamente.

– E você é um profissional pra que?!- Ele rebate, tentando mudar o foco do assunto, me sinto no meu limite, eu odiava isso.

  – Mas eu nunca quis ser um policial pai! Eu não gosto disso — Falo sentindo minha voz ficar trêmula por segurar as lágrimas, eu realmente odeio isso.

  – Você é um perdedor, igual a sua mãe!- Ele gritava andando pela sala, tento ao máximo não chorar.- Que desistiu da vida, eu tenho dó da sua vó ter te criado...- Ele diz e para ao eu lado.- Você só me trás decepção, Tutor! – Ele fala em um tom alto, bem perto de meu rosto, olho para o lado não querendo fazer contato visual com ele.

  – Você fala como se.... — Engulo as palavras e apenas me retiro do local, Vou em direção do banheiro, me trancando em uma cabine e descontando toda a minha raiva na porta, as lágrimas desciam furiosamente e eu só pensava o quanto eu odiava estar ali, fazer esse trabalho não era oque eu queria, eu apenas o fazia para ter um pouco de aprovação de meu pai, mas nada fazia ele me olhar como filho dele.

 – Você é tão inútil Tutor... — Palavras que meu pai dizia começaram a remoer em minha mente, me sento no chão do banheiro e apoio minha testa em meus joelhos, colocando a mão em minha nuca. Eu estava me sentindo péssimo, mas não podia fazer nada. Respiro fundo limpando as lágrimas me levanto e vou até a pia lavar meu rosto.

 Eu não queria pensar muito naquilo então apenas saio de lá e vou trabalhar com um sorriso falso em meus lábios como sempre.

  – Tutor, você está bem? - O garoto de mais cedo diz assim que entro na sala.- Desculpa ter colocado a culpa em você, eu só estava assustado.- Ele diz receoso.

– Tá tudo bem, eu sei que a culpa não foi sua, não se preocupe,- Dou um sorriso.- força! — Ele retribui meu sorriso e vai trabalhar, faço o mesmo.

Durante a hora do almoço, decido ir ver como vovó está, já que a cuidadora teria que sair, eu não poderia pagar a mulher por muito tempo. Já que meu salário de estagiário, mal podia pagar as contas e os remédios vovó.

𝐘𝐨𝐮'𝐫𝐞 𝐚 𝐬𝐰𝐞𝐞𝐭 𝐜𝐫𝐢𝐦𝐞 - 𝑇𝑢𝑡𝑜𝑟𝑌𝑖𝑚ఌ︎Onde histórias criam vida. Descubra agora