★ 𝘕𝘰𝘴𝘴𝘰 𝘴𝘶𝘪𝘤𝘪𝘥𝘪𝘰 ★

MILHARES DE ANOS ~ C1

Vida eterna! Certamente para algumas pessoas isso deva soar como um sonho, viver para sempre sem se preocupar com uma morte repentina; mas há que preço? A séculos eu venho renascendo e sempre trago comigo minhas lembranças de todas as vidas passadas. Eu estou nesse mundo desde a evolução, posso afirmar que oque se lê nos livros de história da atualidade não é nada semelhante ao que eu vivi.

Presenciei tantas catástrofes e morte de pessoas que eu escolhi amar que atualmente eu só desejo quebrar a minha maldição e poder descansar do mundo que eu estou.

Com toda a certeza eu posso afirmar que a era egípcia foi a mais interessante. Sabe a história da rainha Cleópatra? Então, ela é eu; e posso te assegura que seja lá quem decidiu conta a minha história não contou direito. Mas oque eu posso esperar das pessoas que a cada século que se passa ficam pior e só escrevem mentiras para atrair outras pessoas. Como moscas no mel a maioria se atrai por uma boa história onde um romance clichê ou um assassinato sombrio se torna atrativo para sua imaginação.

De todas as minhas outras vidas eu posso te assegurar que a atual é um verdadeiro inferno. As pessoas não se importam umas com as outras e viver em meio a uma sociedade onde sua cor de pele, olhos, formato e estilo do seu cabelo e julgado diariamente tem sido exaustivo. Até mesmo membros das famílias atuais é um desafio constante para a maioria das pessoas cobradas desnecessariamente.

Assim como as doenças do passado eu presencio uma que tem destruído pessoas diariamente; e não, não me refiro a uma gripe ou um vírus mortal que surgiu repentinamente, e sim a depressão. Julgo que ela é a maior causa da minha imensa vontade de acabar com a minha maldição; juro que gostaria de enxergar nas pessoas algo que me fizesse querer ficar aqui por mais mil anos, mas sinceramente eu não aguento mais toda a pressão que cai sobre mim.

Não há no mundo uma pessoa que queira tanto o sono da morte como eu desejo, ou será que há?

Cansada de vagar entre pessoas e a ponto de ter um colapso eu me recolhi entre os monges para que assim não tenha obrigação de me socializar com ninguém e muito menos usar meus dons.

Vida eterna é apenas um dos meus "castigo", eu também posso trazer pessoas do mundo dos mortos além de curar feridas, passar dias sem me alimentar ou beber água, saltar grandes distância e ter uma pontaria excelente.

Hoje completa dez anos que estou em um voto de silêncio junto dos monges sem nomes. A única mulher entre tantos homens não é mais algo desconfortável como quando eu cheguei até aqui. Mas, viver nesse eterno silêncio não vai me ajudar a achar a solução para minha situação.

Como todas as manhãs o soar dos sinos indica o início do dia, me levanto encarando o chão e sentindo o gelado ao encostar meus pés nele. Saio em direção fonte quente para a minha purificação matinal, exatos dez minutos como diariamente e eu volto até meus aposentos para me vestir adequadamente para a meditação. Uma veste de cetim branca e por cima minha rakusu laranja e a faixa vermelha em minha cintura, meus pés descalços e por último meu amuleto.