Música tema do capítulo: 🎶 Apesar de querer - Rodrigo Alarcon, Abacaxepa 🎶
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Outubro, 2016
A piada de Fabi sobre o "bronzeado" da Holandesa fez todas do time caírem na risada. Aquela tarde na piscina do Hotel em Manila era tudo que as atletas do Sesc Rio estavam precisando após os jogos complicados do Mundial de Clubes. Anne, tão branca quanto gelo, tentava argumentar que estava desde às 10h da manhã deitada sob o Sol e tinha visto sim uma mudança de tom na sua pele. Carol já não aguentava mais rir das companheiras perturbando a gringa, ela achava adorável a forma como as bochechas de Anne ficavam vermelhas mas ainda assim ela tentava manter a firmeza na voz, até arriscar algumas palavras em português.
— Aninha, no máximo você tá rosa. Nem vermelha ficou. — Roberta falou em tom calmo, segurando o riso. — E olha que eu sei bem como é isso...
— Você devia tentar bronzeamento artificial. Ia ficar laranja igual a camisa da Holanda. — Gabi provocou.
Todas riram, ainda mais quando Gabi saiu nadando rápido, fugindo de Anne que pulou de volta na piscina em direção à garota, numa tentativa pífia de causar alguma ameaça.
Carol continuou observando a interação sentada na borda da piscina e não percebeu a aproximação sorrateira de Helô e Roberta.
— Fecha a boca que tá escorrendo baba. — Helô comentou baixo, encarando a amiga.
— Amiga... — o olhar de Roberta entregava tudo que ela pensava naquele momento.
— O que, gente? — Carol perguntou, desentendida.
— Você não disse que agora ia tirar um tempo pra ficar sozinha? Focar exclusivamente na carreira? — Roberta continuou.
— E o que eu tô fazendo diferente disso?
— Essa promessa só valia em território nacional? — Helô interrompeu.
Roberta tapou a boca, segurando a risada.
— Eu não sei do que vocês estão falando.
Carol se manteve firme. Negar era sua melhor (ou única) opção no momento. Seu relacionamento de alguns anos havia terminado há poucos dias. Desde então, ela tentava aproveitar os dias daquela nova fase da forma mais tranquila possível, empurrando a angústia e sofrimento para longe. Não tinha sido um término conturbado, muito pelo contrário... mas términos eram sempre difíceis e ela ainda estava se adaptando ao novo momento. Carol só não contava com seu coração errando algumas batidas pela novata do time. Quando percebeu o crush na gringa, foi a resposta final que precisava sobre o estado do seu namoro: não estava funcionando mais. O jeito era terminar.
O namoro acabou. Já o crush....
Carol não queria admitir, mas o sentimento só vinha crescendo cada vez mais a cada momento que elas passavam juntas: as jogadas ensaiadas durante o treino, as vitórias em cada partida, o pós treino todos os dias admirando a paisagem da mureta da Urca e conversando sobre tudo que era possível. A sua rotina tinha a companhia constante da holandesa. As outras companheiras de equipe pareciam notar a bolha magnética que as duas se encontravam, porque constantemente Carol se percebia sozinha com Anne nos ambientes. Tudo ao redor parava e só existiam aqueles olhos verdes atentos ao que ela se esforçava para dizer em inglês.
Às vezes Carol via aquele mesmo olhar atento caindo para a sua boca, o que acabava com toda a sua concentração. Ela tentava focar no fato de que Anne estava aprendendo o idioma, e era isso que gerava o seu maior interesse nela: sua simpatia e ajuda com o português. Mas, no fundo, sua mente torcia (e muito) para que a loira a enxergasse de outra forma também.
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Amour d'or et du bronze
ספרות חובביםAos 33 anos de idade, Carol está no auge de sua carreira como atleta profissional de vôlei. Casada e com a vida financeira estável, surge a vontade de enfrentar outros tipos de desafios e ter experiências diferentes. Com dúvidas sobre seu próximo pr...