Março, 2021
Música tema do capítulo: 🎶 I Feel It Coming - The Weeknd, Daft Punk 🎶
— Por hoje é isso, meninas. Amanhã, nove horas, todas aqui.
O treino da tarde tinha se encerrado e Carol estava exausta. Mas o dia não estava nem longe de acabar, ela ainda precisava passar na fisioterapia e lavar algumas roupas do uniforme.
Aquela etapa da superliga estava acontecendo no formato bolha, em saquarema, por causa dos casos de coronavírus que ainda aconteciam no país. E era justamente ali que Carol estava, treinando com sua equipe.
A morena começou a organizar e recolher seu material quando sentiu mãos em seus ombros, fazendo um movimento suave de massagem. Ela não precisava se virar para saber quem era. Ela tá ficando boa nisso de massagem. Carol pensou.
— Continua, por favor. — Anne tinha encontrado um ponto de tensão doloroso no seu ombro.
— Babe, acho que isso aqui precisa tratar. — a holandesa respondeu, o tom de voz um pouco preocupado.
— Eu sei, vou passar na fisio agora. Mas você tá ficando boa nisso.
Anne deu um sorriso convencido, o que fez Carol revirar levemente os olhos. Elas tinham uma mini batalha interna de quantas vezes Carol admitia que Anne era melhor que ela em alguma coisa. Uma dinâmica peculiar, mas a implicância era algo que não podia faltar naquele relacionamento.
— Quer que eu lave as roupas? Enquanto você vai na fisioterapia.
Carol confirmou. Jogar no mesmo time da namorada e dividir tarefas tinham suas vantagens!
🌱
O juiz deu o apito final. Carol saiu de quadra irritada, não tinha conseguido jogar o seu melhor naquele dia e, pra completar, seu time perdeu a partida. Ela sabia que não era sua culpa, vôlei é um jogo em equipe, mas não conseguia deixar de ficar estressada com a situação. Além disso, aquela dor em seu ombro havia retornado. Ela já tinha feito diversos tratamentos, mas o incômodo persistia.
Quando saiu do vestiário em direção ao lado de fora do ginásio, já tomada banho e de roupa trocada, seguiu na direção do gramado mais afastado da pequena aglomeração de jogadoras. Tentou respirar fundo e deixar o ar limpo do lugar preencher os seus pulmões, numa forma de meditação. Não sabia o que estava acontecendo naqueles últimos dias, talvez fosse o fim de temporada, o esforço físico maior daqueles últimos meses, ou simplesmente o desgaste normal da sua vida de atleta.
Mas ela não se sentia exausta, fatigada, como sabia identificar... ela estava tensa e com dores. Suspirou.
De canto de olho, Carol conseguiu ver uma pequena movimentação. Se virou e percebeu algumas jogadoras conversando perto dali, mas uma delas estava olhando em sua direção. Apenas com o contato visual, ela chamou a outra até ali. Ela sabia que Anne estava lhe dando espaço, a conexão entre elas era suficiente para se comunicarem não-verbalmente.
— Desculpa por ter saído na frente sem te esperar. Eu só.. só precisava de um pouco de ar. — Carol falou para a namorada enquanto era envolvida em um abraço.
— Tá tudo bem, eu percebi — Anne respondeu.
As duas ficaram ali abraçadas em silêncio por alguns minutos enquanto a loira fazia um leve carinho na nuca da morena.
— Aqui ainda dói? — Anne perguntou após apertar um ponto específico e escutar um leve gemido.
— Sim... mas não quero ir pra fisioterapia. Acho que vou deitar mais cedo hoje. — Carol respondeu, frustrada.
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Amour d'or et du bronze
أدب الهواةAos 33 anos de idade, Carol está no auge de sua carreira como atleta profissional de vôlei. Casada e com a vida financeira estável, surge a vontade de enfrentar outros tipos de desafios e ter experiências diferentes. Com dúvidas sobre seu próximo pr...