Capítulo 9 - Acidentes acontecem

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"De todas as noites longas as quais passei, aquela foi a primeira que pensaria em viver outra vez."

Dahyun

Foi apenas eu sair do meu canto que uma porcaria dessas acontece. Mas por quê? Por que Minatozaki Sana tinha que gritar justo agora?! Ou, por que ela tem que gritar sempre? Era sempre esse inferno. Eu admito que fui desastrada, mas tanto eu quanto ela tivemos uma parte de culpa nisso.

Estávamos batendo cabeça, tentando cair a ficha de que estávamos realmente presas em uma sala minúscula e escura no meio da noite, com todas as freiras dormindo. Essa era a principal razão pelo qual não havíamos gritado por ajuda ainda.

— Pode me explicar o que diabo estava fazendo aqui? — Perguntei indignada a vendo com as mãos na cintura, olhar para a pequena janela no alto, cujo iluminava a salinha com a luz do luar. Ela se virou tendo a mesma expressão que eu carregava e, com uma das mãos na cintura, levou a outra até um abajur ao lado, o ligando.

— Pode me explicar por que diabo VOCÊ estava me seguindo? — Cruzou os braços.

Não sabia responder a mim mesma o porquê meu coração havia batido um pouco mais forte quando a vi carregando uma expressão autoritária. A verdade é que nunca havia visto Minatozaki Sana daquela forma, de sobrancelha arqueada, braços cruzados e um tom de voz nada doce.

— Eu só queria ajudar com algo

— Ajudar?

— O que você veio fazer aqui?

— Pegar colchonetes. O que mais eu poderia fazer aqui com todo mundo enfiado em um só quarto? — Levantou seus braços, estendendo as palmas. — Olhe ao redor

Olhei. Era um pequeno cômodo onde haviam prateleiras com colchonetes e algumas almofadas, fazia sentido, mas não fez quando vi apenas algumas velas e lampiões em uma prateleira separada.

— Agora estamos presas e não podemos gritar para nos tirarem daqui, vamos perder a noite de filmes e ficar aqui até amanhã, não vou estar agarrada no meu urso, com meu travesseiro macio, não vou fazer minhas higienes, vou ficar sem fazer xixi e eu vou ter que ficar com você com medo dessa sua cara assustadora, eu vou entrar em pânico!

— Calma! Não vamos passar a noite aqui! As garotas vão sentir nossa falta e vão nos procurar

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— O que foi, Tzuyu? Você não para de olhar ao redor — Perguntava Jihyo em sussurros no meio da escuridão do quarto.

Estavam apenas as duas acordadas assistindo ao filme, até a própria Yoo Joengyeon, responsável pelos filmes, havia caído no sono como se estivesse falecida. Era o segundo filme, algo mais dramático, por isso imaginavam o motivo das outras terem pego logo no sono.

— Não notou que está mais vazio o quarto?

— Alguém deve ter ido dormir, deve ser isso — Respondeu abanando a mão, sem tirar os olhos do filme.

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Passaram-se aproximadamente duas horas e nem sinal das outras. A minha sorte é que a japonesa já havia acomodado-se com um colchonete, se estivesse acordada, provavelmente eu perderia a cabeça de tanta irritação que me causaria. Eu não conseguia dormir com aquele cheiro de velho e não entendia como ela conseguia, talvez fosse acostumada a vida toda.

Sentada em um colchonete ao seu lado, acabei por observá-la dormindo. Ela tremia, tremia de frio naquela sala úmida minúscula e não havia como fechar aquela droga de janela no alto. Minha única opção foi tirar meu casaco e cobrí-la, esperando que talvez não ligasse para isso depois, apenas queria mantê-la aquecida e parar com aquela sua tremedeira.

O Lar das 7 Irmãs - SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora