Capítulo 17 - Número Três

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"Eu deveria mesmo viver... com eles destruídos?"

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- Tá todo mundo bem? Todo mundo saiu?? - Inquieto por nervosismo, Namjoon questionou sem fôlego.

De braços carregados por bens significativos, a varanda se enchia, tomada por um tumulto apressado de garotas desesperadas. Ninguém ali teria forças se não houvesse incentivo.

Em longo tempo, aquele foi o primeiro caso de incêndio da história do lar, o que causou impacto a todos e, principalmente, àquelas presentes desde o princípio. A mesma incredulidade e desespero obtinham os donos dos olhos, os quais tinham a imagem clara de uma das casas cuidadas por mais de três décadas, sendo destruída sua maior parte por chamas. A maioria das freiras, que possuíam maior faixa etária, eram acalmadas pelas adolescentes.

- Os bombeiros estão a caminho! - Irene ajudava com a comunicação, a fim de tranquilizá-las.

- Dahyun... DAHYUN! CADÊ A DAHYUN?

- E-ela estava com a Sana... - Son referiu-se a japonesa trêmula, encarada geralmente. Amedrontada, pálida e sem reação, suas mãos foram seguradas pelo rapaz.

- Sana, me diga com calma, o que aconteceu?

- Eu não sei... Eu perdi ela... Eu não sei.

- Vamos encontrar ela! - Afirmou Son, levantando o dedo indicador.

- Ninguém entra lá! Não sabemos o que causou esse incêndio e nem com que tipo de fumaça estamos lidando! Mas sabemos que é perigoso inalar!

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Dahyun

É engraçado como eu poderia ser capaz de qualquer coisa se o que mais significava pra mim estava em perigo. Alguns materiais da infraestrutura da casa estavam tão precários que com facilidade caíam. Que irritante. Fui atingida na cabeça, em uma das pernas e, por burrice, bati com as costas em algo que não pude identificar. Naquele dia, o incêndio me revelou que uma das coisas que eu mais odeio na vida são aqueles corredores. Eu me machuquei, mas não senti dor alguma no momento. Nada importava se o que tinha comigo estava seguro. Já fui tomada pela adrenalina antes, e as situações eram quase sempre semelhantes.

Era a primeira vez que eu estava lidando com um incêndio, e era como nos filmes.

- Dahyun...

Meus olhos já eram naturalmente pequenos, cerrados e cansados eu já não podia enxergar nada. Eu não pude enxergar nada além de uma sombra grande, enquanto eu estava sentada no chão, em um canto qualquer. Eu não sabia exatamente onde estava. Tudo era coberto por fumaça, e esse foi o problema. Não haviam chamas ali, apenas a fumaça e a alta temperatura. Fiquei tonta, suada e agarrada em uma sacola de linha azul, sendo carregada por alguém.

Até parecia um sonho misto, que não fazia sentido. Mas, as andorinhas são muito bonitas, eu adoro andorinhas. A melodia aleatória podia aumentar o tom, podia ecoar, ecoar no corredor ou apenas na minha cabeça. Ah... possivelmente na minha cabeça. Oras, se eu estivesse louca, pelo menos não me preocuparia em ter de salvá-las. Andorinhas são tão belas e cheias de graça, que seria uma completa catástrofe natural saber que não existem mais. Tão bonitas como a cor azul do céu e a mesclagem de cores, que sabia ser perfeita, tanto quanto o canto. À medida que a visão escurecia, o som aumentava, mas eu gostava. Sinto sabores especiais, bolo de morango, café gelado, croissant, até mesmo lámen, tortas de limão. Chocolate! Eu amo chocolate! Mesmo misturado eu podia sentir o prazer do sabor, conseguia admirar o canto, as mesclagens de cores... os cabelos ruivos... Lindos cabelos ruivos voavam com o vento. Mas espere, são águas cristalinas, cabelos ruivos flutuando sobre águas cristalinas. O gosto de chocolate não parou. De morango, do bolo... o café, agora as tortas, a mistura de comidas diferentes, elas eram esquisitamente gostosas. O canto massageava meus tímpanos, a imagem perfeita me hipnotizou. Cada vez mais perto... mais, mais... São pupilas gigantescas! Lábios carnudos, cheiro de morango, clavícula marcada. Eu não sei cortar esse efeito. Estou com certeza hipnotizada, eu sei que estou, é um sonho.

O Lar das 7 Irmãs - SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora