Fizemos todo o percurso de mãos dadas, estava em êxtase tamanha felicidade.
— Eu só vou escrever um pouco no diário, e já vou dormir. Avisei assim que chegamos na cabana, a morena esboçou um grande sorriso se mostrando surpresa.
— Você ainda tem o diário?! Ela perguntou parecendo não acreditar.
— Da pra acreditar nisso?! Questionei-a com um sorriso nos lábios.
— Meu Deus, eu sou louca pra saber o que você tanto escreve nele.. Juliette semicerrou os olhos em minha direção, e eu ri.
— Quem sabe um dia eu mesma não te mostre?! Levei o dedo indicador até a ponta de seu nariz e o pressionei de leve, a morena ergueu a cabeça e colou seus lábios num suave beijo sobre a ponta do meu dedo.
— Eu vou ficar esperando. Ela respondeu. — Qualquer coisa estarei lá em cima. Juliette se virou de frente pra mim, e envolveu os braços em volta de meu corpo, abraçando-me. — Espero ser feliz outras vezes. Ela sussurrou próximo da minha orelha e novamente a corrente elétrica se fez presente por todo meu corpo.
— Eu também espero. Fechei meus olhos, e retribui o seu abraço, apertando-a ainda mais contra meu corpo.
Depositei um beijo em sua testa, e a segui até a sala.
Lucas havia adormecido no sofá, visto que o seu celular estava sobre o peitoral. Ele se mexeu um pouco no sofá, mas agradeci mentalmente por não tê-lo acordado.
Observei Juliette subir cuidadosamente as escadas, e só quando ela sumiu da minha visão percebi que estava sorrindo como uma adolescente apaixonada.
Evitando fazer qualquer barulho brusco, peguei meu diário onde o havia deixado, camuflado entre os livros em cima da lareira. Peguei a caneta que havia deixado sobre a mesa de centro, e retornei até a parte externa da cabana, onde haviam os bancos para a fogueira. Sentei-me em um dos bancos, e comecei a escrever.
Sim, diário...
Hoje foi um dia incrivelmente mágico, mas ainda tenho muito medo, afinal "Alegrias violentas têm fins violentos" pelo menos é isso o que eu venho aprendendo na pele sobre a vida, mas se fosse possível gostaria muito de estar completamente errada sobre isso.
Estou tentando evitar pensar no fato de Lucas estar quase sempre por perto, mas confesso que evito a todo custo ficar sozinha com ele, logo eu que nunca precisei de ninguém pra me proteger, me sinto totalmente desprotegida perto dele. Mas ao contrário do que Lucas me faz sentir, quando estou com Juliette sinto que nada é capaz de me machucar, sinto que nada ao nosso redor importa além de nós duas, sinto que é possível derrotar todas as maldades do mundo ao lado dela.
Sabe aquele sentimento de quando você teve um dia exaustivo no trabalho e só quer a sua casa?! Eu sinto que cheguei em casa todas as vezes em que estou com Juliette, ela é o meu lar, é o lugar onde eu mais me sinto segura.
Talvez eu tenha tentado me enganar esse tempo todo; talvez eu não tenha enxergado o óbvio; talvez eu tenha demorado tempo demais para perceber que sempre fui completamente apaixonada por Juliette.
Sempre acreditei em vidas passadas, em encontros, despedidas e reencontros, e acredito que a reencontrei nessa vida, pois é inexplicável a nossa conexão, o quanto ela me faz bem, e me faz esquecer dos problemas que me assombram.
Quando estou com ela, sinto que consigo ser eu mesma, me sinto leve, como se pudesse flutuar nas nuvens, voar com os pássaros e me libertar de todos os meus medos, quero dizer que quando estamos juntas eu sinto que sou capaz de tudo.
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A Luz do Luar
FanfictionO Sol finge ser feliz. A Lua vive triste. O Sol arde de paixão. A Lua vive na escuridão, rodeada de saudade. É criado o eclipse. Nos dias de hoje as personagens vivem para que esse dia chegue. O raro acontecimento que as une por meros dias. Estas nã...