Serei feliz outra vez?

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Quando chegamos na cabana, alguns dos nossos amigos resolveram ir descansar depois do banho, e eu sabia que Lucas provavelmente aproveitaria qualquer oportunidade para ficar a sós comigo, aproveitei que Luna estava dormindo e que Thais disse que também a olharia junto de Lucas, coloquei uma blusa ciganinha e um short, e então como uma boa aventureira resolvi fazer um passeio pela floresta, e era meio estranho não relembrar de muita coisa de anos atrás e ao mesmo tempo parecer que o tempo não havia passado.

Observei que em determinado momento as gramas haviam mudado de tonalidade, agora estavam mais vivas, mais esverdeadas.

Permaneci caminhando em linha reta, já estava consideravelmente longe da cabana, mas algo me dizia que eu precisava seguir em frente, que valeria a pena, então  apressei meus passos, ansiosa para o que encontraria em frente, se é que encontraria algo.

Mas nada do que eu havia imaginado conseguia expressar a imensidão da magia que existia naquele lugar.

Parece que em algum momento eu abri uma porta para o paraíso no meio da floresta e nem me dei conta, pois o lugar era completamente mágico.

Havia uma linda e enorme trapadeira rosa, mais conhecida como glicinia, o cheiro intenso do seu perfume era quase palpável. Seus caules robustos tinha uma tonalidade de marrom expresso e contrastavam com suas plantas.

Alguém havia posto um convidativo balanço de madeiras brancas pendurado sobre a árvore.

Havia um pequeno lago próximo à árvore, que acabava refletindo suas folhas o deixando com a aparência rosada.

O céu conseguia ficar completamente visível, e especialmente estrelado do lado oposto da árvore. A lua estava na sua fase cheia, deixando o lugar ainda mais mágico sendo iluminado por luz natural e por alguns vagalumes.

Me sentei no balanço para admirar ainda mais aquela paisagem única.

Era como se eu estivesse vivendo dentro de um sonho, e aquele lugar fosse realmente o paraíso.

Fiquei até com receio de me balançar no balanço, e porventura acabar despertando desse sonho.

Estava em completo êxtase com tamanha beleza que o lugar emanava.

Me assustei quando uma mão que segurava uma linda flor se esticou por cima do meu ombro, me tirando do transe.

Olhei pra trás, e era Juliette.

— Que linda, Ju! Peguei a flor de sua mão e fiquei admirando-a por longos segundos. Ela havia pego uma flor da trepadeira, e era ainda mais linda de perto. — Eu realmente tô sonhando, né?! Perguntei, e voltei a encara-la.

A morena vestia um vestido levemente rodado, na cor branca.

— E o que eu estaria fazendo dentro do seu sonho nesse paraíso?! Ela perguntou sugestiva, em seguida a morena pegou a flor de minha mão, e a colocou atrás de minha orelha.

Juliette deslizou suas mãos por meus ombros, e os massageou, me fazendo retomar minha postura no acento do balanço.

Seus toques sempre causava uma onda de arrepios por toda minha espinha e dominava todo o meu corpo.

— Você é o meu próprio paraíso.. Levei minhas mãos por cima das suas, segurei-as e trouxe até meus lábios onde depositei um beijo, queria poder senti-la, ter a certeza de que era tudo real.

Juliette se inclinou por trás de mim, e eu pude sentir o peso do seu corpo sobre o meu, e como num instinto fechei meus olhos quando os seus lábios macios tocaram minha face.

— Você também nunca tinha vindo aqui?! Juliette perguntou assim que afastou seus lábios, e retomou a postura.

— Não, esse lugar parece..

A Luz do LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora