Ou seja, a metamorfose cristã

199 39 45
                                    

O pessoal havia ficado meio tenso após a minha confissão durante o almoço, mas no decorrer do caminho até a cachoeira, o clima voltou a ficar agradável.

Luna estava no colo de Juliette que caminhava ao lado de João que segurava Toiá, eles estavam mais à frente, se mantendo um pouco distantes do resto do grupo. Era admirável a amizade duradoura deles, mesmo depois de tantos anos parecia que nada havia mudado.

Camilla, Pocah, Lucas, Thais e Vitória conversavam entre si.

Gil preferiu me acompanhar, pois sabia que eu sempre ficava pra trás, pois amava registrar os momentos com a minha câmera.

Havia trago para a viagem duas de minhas câmeras, uma era Polaroid, e a que trouxe para o restaurante era a Canon. Era um dos meus passa-tempos preferidos, cheguei a pensar em seguir carreira na adolescência, mas acabei desistindo por pressão dos meus pais que diziam que "isso não é carreira"

Agradeci mentalmente por estar com a câmera pendurada em meu pescoço quando passou um peugeot 208 allure na cor branca, com o teto solar aberto onde havia dois adolescentes se beijando. O cabelo da menina era cacheado, no tom de loiro acobreado e voavam com o balançar das árvores. O menino tinha cabelos lisos que caíam sobre parte de sua testa quando não estavam voando na direção contrária. Eles se beijavam de fato como dois adolescentes apaixonados. Era admirável ver o amor naquela idade. E pensar que alguns anos atrás aquele casal era Lucas e eu, desejei do fundo do meu coração que não tivessem o mesmo fim que nós. Consegui ajustar o foco da câmera no casal antes de registrar a fotografia. Queria poder conhecê-los para mostrar como a foto havia ficado linda.

Tirei mais algumas fotos das paisagens, dos meus amigos e do conjunto de toda obra, mas a minha preferida havia sido a que tirei de Juliette e Luna distraídas observando uma flor que julguei ser uma magnólia.

— Tá tudo bem?! Gil aproveitou que eu havia deixado a câmera sobre meu pescoço para cruzar seu braço com o meu, ele se referia a minha revelação de uma hora atrás. — Você sabe que independente do tempo em que estivermos longe, eu sempre vou está aqui pra você, sendo o seu ombro amigo. Ele sorriu brevemente.

Gil estava com a expressão triste, eu o conhecia bem o suficiente pra saber que ele estava se sentindo culpado por não estar sendo presente pra mim.

— Ei! Eu sei disso. Esbocei um sorriso sincero. — E eu me sinto muito sortuda por ter você. Segurei em sua mão.

— Você não quer falar sobre isso né?! Gil também me conhecia bem o suficiente para entender até o que não era dito.

— Não, não quero. Forcei um sorriso. — Mas e você, como anda a sua vida, senhor Gil do vigor?!

— Ah, o Gabriel e eu estamos pensando em morar juntos.. Ele soltou e eu imediatamente me senti irradiar de felicidade por eles.

Gil merecia muito ser feliz, e Gabriel o fazia. Torcia muito para que o relacionamento deles ficasse cada vez mais firme.

— Meu Deus, Gil! Que notícia maravilhosa. Exclamei e logo em seguida o abracei. — Desejo que continuem sendo muito felizes.

— Obrigada, amiga! Ele beijou meu rosto antes de desfazer o abraço. — E você sabe que quando eu casar, você será a madrinha!

— Eu seria a primeira pessoa a levantar quando perguntassem "se alguém é contra esse matrimônio, fale agora ou se cale para sempre" se você escolhesse outra pessoa. Gil começou a rir com o meu comentário.

— Você é a melhor, Sarah!

Quando nos demos conta havíamos chego na cachoeira.

— Esse lugar ficou ainda mais lindo! Thais exclamou.

A Luz do LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora