Capítulo 1

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Meu sorvete já estava me aguardando para ser enfim comido ou até mesmo devorado, mais estava muito pensativo mesmo sendo meu sabor prefiro chocolate suíço com avelã, era uma mistura especial por assim dizer mesmo me lembrando que até nisso o desgraçado do Cláudio vem a minha mente, sempre que eu penso demais em uma coisa só ou até em uma criatura só, pois é no caso "criatura" seria o Cláudio, eu o via dessa forma depois que ele me deixou para seguir o sonho estúpido do seu pai, mais o único consolo que eu poderia receber era ter a notícia que ele morreu ou foi abusado sexualmente naquele lugar no fim de mundo ou até no mato como eles fazem os treinamentos deles,mais nem isso de notícias eu recebi.

Tragicamente eu não sei oque aconteceu com ele, voltando a minha atenção para o sorvete assim que vou pegar a pequena colher transparente de plástico e passo em no sorvete pegando uma pequena porção, sinto uma mão batendo sobre meu ombro esquerdo.

— Quem é o filho da puta que....— Paro na hora ao ver que era.

 — Parece que não mudou o seu comportamento com o tempo, não é mesmo ? —  Perguntou Cláudio sorridente e se sentando a minha frente, mais perai eu o chamei ? —Parece que viu um fantasma ? — Perguntou novamente mais com um pouco mais de sarcasmo, devo dizer que ele mudou bastante com o passar dos anos já se fazia um tempo que eu não o vejo.

Cláudio estava com uma camiseta regata preta inteiramente larga, seus músculos estavam bem a mostra parece que o treinamento lhe deu esse porte mais masculino, estava com um boné vermelho para trás que não cobria totalmente seus fios loiros que caíam sobre sua testa, ele estava um pouco mais moreno ou até como uns dizem um pouco queimado, parece que ele também ficou  maior com o passar do tempo.

— Eu não sei de mais nada de você desde que me deixou naquele parque a uns anos atrás, eu não esperava lhe ver novamente! — Disse e senti que perdi totalmente a vontade de tomar o sorvete — Você mudou bastante com o tempo e pelo que posso ver o exército te fez algum bem ! — Disse porquê parece que meu sofrimento deu em um resultado é tanto.

— Achei que meu pai havia te falado...— Disse coçando a nuca.

— Ele não me disse nada, também não teria motivos para me dizer nada..afinal nosso relacionamento não passou de uma brincadeira de criança já que nunca foi assumido por você ! — Disse dando de ombros.

— Realmente mais não acha que está pegando um pouco pesado comigo ? — Perguntou me olhando com cachorrinho que caiu de mudança, mais essa tática não iria funcionar comigo.

— Caramba né Cláudio ? — Perguntei e continuei — Você joga seu anel em mim, diz que está tudo acabado entre nós e me larga sozinho e some por 3 anos e meio, acho que a culpa deve ser minha mesmo ! — Digo com o mais puro sarcasmo, aliás é uma coisa que adquiri com o tempo.

— Desse jeito até parece que eu cometi um crime muito grave ! — Diz passando a mão no seu rosto.

— Você cometeu sim um crime ! — Digo e ele me olhava surpreso.

— Ah é ? Que interessante ! — Disse e cruzou os braços em cima da mesa e me olhou com  um olhar desafiador — Qual foi esse crime Marcos ? — Perguntou, pelo visto ele era mais idiota do que eu pensava que fosse no momento.

— Você foi um covarde isso sim, além de nunca assumir nosso relacionamento para seu pai com medo dele lhe fazer alguma coisa — Disse perdendo a minha paciência — Você nunca foi um homem para se opor as vontades de seu pai e se assumir como você é ! — Disse e joguei o sorvete em seu rosto e me levantei.

Ele limpou o rosto com a mão esquerda e me olhou nervoso.

— Me espera aqui que eu quero falar com você ! — Disse se levantando e indo em direção aos banheiros do local.

Eu não disse nada apenas olhei ele se afastando e entrando nos banheiros, me peguei olhando mais do que deveria por mais que ele tenha ficado bonito, não me parece que ele me encontraria nesse lugar para nada, mais a questão era como ele me encontrou aqui ? Talvez meu pai ou minha mãe tenham falado para ele ou seria apenas uma infeliz conhecidencia da vida irônica ?

Não demorou muito e ele voltou para aonde eu estava em pé ainda, ele era pouca coisa maior que eu já que eu tinha 1,82 e ele parecia ter 1,86 de altura, senti o cheiro de suor dele, só espero que ele não tenha surtado no banheiro como ele fazia quando estávamos juntos, mais o passado não existe mais ou será que ainda teria um Replay ?

As chances disso acontecer podem ser altas ou até mesmo baixas,ele começou a andar para fora da sorveteria e eu fui junto, algumas pessoas no local olhavam para ele.
Quem vê ele agora não diz que ele é gay, acho que ele sempre soube ser discreto e na dele, a rua estava um pouco movimentada acho que não passava das 14 horas e no centro de São Paulo, sempre pessoas correndo ou apressadas para compras ou até trabalhos, eu nunca iria querer viver correndo para chegar cedo no trabalho e servir um chefe que não vale oque come.

— Que tal irmos na praça da república que é aqui perto ? — Perguntou ele ao meu lado.

— Claro como você quiser ! — Disse mais na verdade eu queria saber oque ele iria me falar, minha curiosidade me dizia que talvez não fosse uma coisa boa mais também não necessariamente seria uma coisa ruim.

— Você se tornou um homem muito bonito ! — Disse assim que paramos no farol, eu mudei o meu foco que estava nos carros e olhei para ele.

— Obrigado ! — Disse sentindo as minhas bochechas ficarem coradas — Você também se tornou um homem muito bonito, eu te beijaria agora se pudesse ! — Brinquei no final na frase, mais será que realmente brinquei ? Senti uma leve excitação no meio das pernas.

— Então quer dizer que eu tenho alguma chance com você ? — Perguntou colocando seu braço em volta do meu pescoço.

Eu olhei para ele e aproximei mais do ouvido dele.

— Você sempre teve todas as chances comigo, mais me abandonou para seguir o sonho de um carrasco que lhe tirou você de mim ! — Disse como um suspiro e continuei — Mais eu ainda tenho a sensação que isso possa ser apenas uma promessa de algo maior que está por vir meu caro Cláudio, afinal tudo pode se esclarecer como o nascer do dia! — Disse e mordi a ponta de sua orelha delicadamente, notei que seus pelos haviam se arrepiado e sua respiração acelerada, ele não me olhou mais sabia que talvez ele estaria pensando em minhas palavras que eu espero que tenham penetrado até o mais profundo de sua alma.

Ele se afastou de mim e então me levantei, ele me olhou por um segundo.

— Me arrependi de não ter ficado, você sabe disso ! —  Falou olhando para baixo.

— Pena que seu arrependimento foi tarde demais...—  Dei as costas é o deixei com seu arrependimento e quem sabe com seus pensamentos.

O Ceo É O Limite...- Gay - Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora