Capitulo 2

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Cheguei a londres no Domingo de madrugada.

A semana tinha sido interminável. A preocupação foi a minha companheira constante.

Tudo me preocupava. Começando nos preparativos para a grande mudança que ia fazer, as malas, a matricula na universidade que iria começar dali a poucas semanas, o que me daria tempo suficiente para me ambientar, despedir-me de todos os meus amigos, passar o meu trabalho para a substituta que o meu pai tinha contratado, mas acima de tudo o que me preocupava era a relação que eu ia estabelecer com o Karl.

Patrão, tutor, e objeto dos meus sonhos molhados. Ele não tinha saído do meu pensamento e dos meus sonhos. Tinha-se tornado uma espécie de obsessão. Pesquisei tudo o que havia dele no Google e tentei, com alguma discrição, pescar todo tipo de informação do meu pai.

Pela net aprendi que ele era o CEO da maior empresa de TI da Inglaterra. A ConectCoop estava implementada em diversas áreas, tanto na parte hardware, concentrando-se no desenvolvimento e fabricação de componentes eletrónicos para computadores, como na sua parte de software, incidindo na criação e comercialização de programas de gestão, proteção e localização para todo tipo de aplicativos.

Ele era tido pela imprensa como um dos melhores partidos do país, o que não me  intimidava nada, o meu pai não era propriamente um homem pobre, mas a sua fortuna nunca era discutida entre nós.

Soube também que ele era considerado um "self made man". E que embora tivesse herdado a empresa do pai, era ele que a tinha consolidado e levado ao patamar que hoje ocupava, tendo-o conseguido pelo desenvolvimento do negócio a nível internacional.

Nada disso me surpreendeu, estava habituada a lidar com homens de negócios e reconheci nele todas as características de um líder quando esteve cá em casa.

E claro, o que não podia faltar na  descrição que faziam dele, era o rol de mulheres que o acompanhavam nos últimos anos. Modelos, actrizes, mulheres de negócio e esporadicamente umas ilustres desconhecidas, faziam parte da sua vida pública que era tudo menos monótona. Embora ultimamente tivesse sido visto com uma certa frequência com Laura Huntington Davis, uma jovem Lady de uma beleza fria e possuidora de uma grande fortuna. Não sei porquê mas a imagem dos dois juntos não me impressionou, achei que eles não tinham nada a ver um com o outro.

Sabia, no entanto, que também eu, não estava a altura do desafio, nunca iria chamar a atenção desse homem de uma forma romântica. Ele já o tinha deixado bem claro. Hoje tinha a certeza de que o que o tinha colocado naquele estado deplorável a meus olhos, naquele dia na beira da piscina, tinha sido a visão da minha irmã com o namorado e não eu.

Decidi que fosse o que fosse que o destino me reservasse iria enfrenta-lo, vivendo um dia de cada vez. Não colocaria em causa o meu sonho por causa de um homem, por muito que este me perturbasse. De qualquer forma o pior que podia acontecer era cair na armadilha dele e termos um breve romance e com isso acho que poderia viver.


O aeroporto estava praticamente deserto aquela hora, caminhei-me devagar para a saída do terminal e vi um desconhecido segurando um cartão com o meu nome e encaminhei-me para ele.

- Boa noite, eu sou a Leandra Paes de Lima.- Cumprimentei pousando a minha mala no chão de forma a poder estender a mão, que o homem por sua vez tomou e apertou firmemente dizendo em inglês.

- Sou o Roger, motorista da empresa ConectCoop, o Sr. Santos teve de viajar de urgência e pediu-me para a vir buscar e deixa-la em sua casa. Ele também me pediu para lhe apresentar as suas desculpas por isso.- Concluiu sorrindo.

O fato de ele não estar aqui para me receber não foi nenhuma surpresa, mas não impediu que sentisse um certo desapontamento,tinha guardado uma leve esperança que ele próprio me viria buscar.

o meu para sempre (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora