Capítulo 4

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No dia seguinte encontrámo-nos na cozinha para o pequeno-almoço. Hoje tinha optado por levar um vestido roxo sem mangas, com uma jaqueta preta por cima. O vestido embora fosse fechado até ao pescoço era extremamente sexy por contornar as minhas curvas na perfeição. 

Soube no momento em que o vi que o objetivo por detrás da escolha da minha fatiota estava atingido. Ele literalmente comeu-me com os olhos, recompôs-se quase instantaneamente, mas fiquei com a sensação de ter ganho o meu dia naquele momento. Ele também estava lindo, vestia um fato lápis azul-escuro, cujas calças apertadas seguia a tendência atual. O caimento nos seus ombros largos do casaco era fantástico, e adorei o pormenor da gravata fininha também em azul sobre uma camisa branca. Via-se ao longe que era um fato caríssimo e parecia ter sido costurado sobre seu corpo.

-Olá, bom dia Karl, Bom dia Ana .- Cumprimentei os dois sorrindo mas sem desviar os olhos dele. Ana devolveu-me a saudação e continuou a colocar os pratos na mesa do pequeno-almoço. Sentei-me a frente de Karl que se encontrava já com uma chávena de café numa mão e um jornal na outra.

- Bom dia Lea, preparada para mais uma semana?

- Sim claro, mas queria falar contigo antes de irmos para o escritório, era para o ter feito ontem mas acabou por passar.

Ele recostou-se na cadeira que ocupava pousando o jornal e ficou a aguardar  que eu continuasse, no entanto demorei mais do que queria porque estava a ter dificuldade em encontrar as palavras certas. Esse homem tinha esse efeito bizarro sobre mim, deixava-me embaraçada e sem palavras.

- Na verdade não é nada de importante. - Comecei.- Imagino que a opinião dos outros a teu respeito não te interessa, verdade?

Sério assentiu com a cabeça e continuei.

- O mesmo acontece comigo, mas como vamos trabalhar juntos julgo que seria melhor mantermos a nossa vida privada fora do escritório e eu continuar a ir de metrô. Não quero que ninguém pense que eu sou a favorita do rei ou qualquer coisa do género, quando na realidade não sou nada. – Parei por um segundo e olhei-o nos olhos.- Não sei se me terei explicado bem. 

- Percebi perfeitamente e respeito a tua posição. Traduzindo, o que me estás a dizer é que não pretendes ser tratada de forma diferente dos outros funcionários, porque tens medo de que com isso sejas afastada ou posta de parte. É isso?

Soltei um suspiro de alívio.

-É isso mesmo, não é nada contra ti, não tenho vergonha nenhuma de te conhecer mas a verdade é para além de ti só conheço o teu pessoal aqui em Londres e gostaria de não acrescentar condicionantes a estes relacionamentos. Já me enturmei com as meninas da contabilidade e foi com elas, como deves recordar-te, que sai no sábado.

- Não te preocupes garota, por mim, podes criar laços de amizades com todos os meus funcionários e se quiseres posso levar-te a alguns eventos para que conheças outro tipo de pessoas e puderes, quem sabe, criar a tua própria rede de amizades. Que dizes?

-Fechado.- Só a perspetiva de sair com ele me deixava cheia de alegria. Ele tinha acabado de me convidar para sair de uma forma inusitada, é verdade, mas não deixava de ser um convite.

Acabamos de tomar o pequeno-almoço e saímos ao mesmo tempo de casa. Despedi-me de Ana e disse olá ao Roger que estava a espera no sítio do costume, mas desta vez iria ter direito a um passageiro. Coloquei os fones do meu Ipod  e lá foi eu a cantar para o trabalho.

Embora chegasse a horas, fui a ultima a entrar no gabinete da direção. Raquel já se encontrava a trabalhar a um ritmo alucinante mal me dando o bom dia. Sabia que Karl já estava na sua sala que ficava mesmo depois da nossa.   

o meu para sempre (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora