Capítulo 5

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Passou-se o resto da semana e o fim-de-semana e lá estávamos nós na segunda-feira outra vez. E tal como eu tinha desconfiado mal o vi, cruzávamo-nos de manhã antes de irmos para o trabalho, mas com a Ana lá, nunca dizíamos mais de que duas palavras um ao outro. No escritório, nas poucas vezes que estava, não me falava. As minhas tarefas eram-me todas passadas pela Raquel, que até pode ter achado o seu comportamento estranho mas nunca comentou nada comigo.

Ele fugia de mim, não sabia se ficava contente ou triste, porque era um claro sinal de interesse da parte dele e eu sabia que iria acontecer, o que eu não sabia era que iria doer tanto.

Por outro lado recebia todos os dias vários convites para sair, o meu ecrã parecia piscar como uma árvore de Natal de tantas mensagens que me caiam no Skype. Não percebia estes homens, falavam comigo para não dizerem nada e isso irritava-me. Tinha adotado uma tática nos últimos dias para não me chatear a responder a esta gente toda, deixava o skype a piscar e no final do dia pedia desculpa de não ter respondido alegando ter estado muito ocupada, escrevia uma mensagem tipo e colava em cada um deles como resposta, parecia estar a funcionar, todos me pediam desculpa por ter incomodado, mas no dia seguinte lá íamos nós outra vez, das duas uma, ou não percebiam a indireta ou eram duros na queda.

Desde que o patrãozinho tinha voltado, as aparições dos meus colegas no meu gabinete eram muito mais ocasionais. Em contrapartida tinha-se tornado praticamente impossível ir almoçar sem ser constantemente interrompida. Na sexta-feira acabei por dizer as minhas companheiras na desgraça que a partir de segunda iria almoçar no gabinete da direção ou iria sair do edifício para almoçar numa cafetaria que se encontrava no fundo da rua. Elas não contestaram, e até se ofereceram para me acompanhar de vez em quando. Sabia que esta era a melhor solução para todas, elas nunca me iriam pedir para não almoçar com elas, mas o seu desconforto com a situação era evidente. Era cansativo para mim e devia sê-lo também para elas ter que suportar este assédio constante. A hora de almoço era encarada por todas nós como um momento para relaxar, mas na última semana tinha-se tornado um momento de tortura ao qual recusava sujeitar essas meninas que estava aprender a gostar e que não faziam outra coisa sem ser apoiar-me.

Em relação ao John, passei vários dias a pensar sobre a situação e achei que deveria dar-lhe uma hipótese. Não querendo adiar mais uma resposta, na sexta informei-o por Skype que o ajudaria naquilo que eu pudesse, ele respondeu-me com um obrigado e um smile sorridente.

Raquel na terça-feira perguntou-me o que ele me queria e inventei uma desculpa esfarrapada, na qual ela não acreditou, mas não podia fazer nada. Nos dois dias seguintes andou a olhar para mim torto, mas depois passou-lhe.

O fim-de-semana foi terrível, Karl passou em casa na sexta a noite apanhou algumas roupas e saiu.

No sábado passeei pela cidade e fiz compras, aproveitei e dei uma volta no Golden Eye, mas apesar da vista de Londres ser incrível, senti-me um pouco sozinha, a noite sai com as meninas e diverti-me bastante. Harry não pode ir, e por uma estranha razão senti-me abandonada pela segunda vez. O Domingo foi calmo lavei o meu cabelo, organizei o meu armário, e o resto do tempo passei-o a vegetar a frente da televisão esperando uma hora decente para ligar ao meu pai. O ponto alto do meu dia foi quando o meu celular tocou, o meu pai tinha-se antecipado a minha chamada.

- Hello papi lindo, tava com saudades.

- Mentirosa.

-Juro, estava aqui precisamente a pensar em ligar-te. Como vai a Sara.- Raramente perguntava pela minha irmã, mas tinha tentado ligar-lhe a semana toda e ela não me atendia.

- A tua irmã está a fazer-me a vida um inferno, acabou com o namorado e agora anda a sair feito louca para ver se passa por cima da sua dor, nem se deu tempo para chorar a perda e lá vai ela. Tentei falar-lhe mas ela não me dá atenção. Enfim...filhas.

o meu para sempre (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora