Capítulo 8

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Quando saímos por volta da meia-noite fomos apanhados pelos flashes de algumas máquinas fotográficas.

O meu amor não tinha mentido, era o que dava sair com uma figura pública. Não que ele pertencesse a nenhuma família da realiza Inglesa, mas era um dos empresários mais ricos do pais.

No nosso dia-a-dia o fato de ele ter tanto dinheiro não era por ele ostentado, parecia um homem comum, igual a tantos outros empresários. Essa sua nova faceta de figurão não me agradava nada, saber que a nossa vida iria carecer da privacidade dada ao mais comum dos mortais era castradora, mas vinha com o território de ser sua namorada.

Sabia, conforme me tinha avisado que sairia uma foto nossa no dia seguinte e que na segunda-feira já seria impossível disfarçar a frente dos colegas de trabalho. Poderiamos alegar que tínhamos saído os quatro e que era só uma saída de trabalho, mas duvidava que Raquel e John decidissem esconder a sua relação, como nós o fazíamos.

Despedimo-nos do mais novo casal da ConectCoop. John tinha-nos dito que iria acompanhar Raquel, o que não nos surpreendeu.

O caminho para casa foi feito em silêncio. Embora fervilhasse de curiosidade, acerca do real significado do que tinha afirmado a Peter e a loira, tinha medo de iniciar a conversa.

Uma pergunta era recorrente na minha cabeça. Serà que ele tinha dito aquilo so para calar a Loira no espeto?

Corria o risco de fazer figura de idiota por assumir que ele me queria quando na realidade a sua intenção era somente colocar no lugar aquela empertigada que ousou desrespeitar-me sem me conhecer.

Tinha a noção que, esta conversa iria estabelecer o rumo da nossa relação , tanto para o bem como para o mal, mas a cada minuto que passava tornava-se mais difícil manter-me calada, precisava saber se ele nutria por mim os mesmos sentimentos que eu lhe dedicava.

Quando chegamos a casa, Karl foi para a cozinha e eu segui-o. Vi-o pegar num copo e abrir a porta do frigorífico para pegar na garrafa de água que sempre lá estava, enquanto isso encostei o meu corpo ao balcão e apreciei cada um dos seus gestos.

- Amas-me?

Soltei a pergunta sem sequer perceber, isso vinha a acontecer-me muito ultimamente. Geralmente pensava e repensava nas perguntas antes de as fazer, mas Karl tinha vindo alterar todo o meu mundo, estava tornar-me cada vez mais impulsiva e não sabia se estava a gostar disso.

Ele quase se engasgou com a água, mas nada fiz para o auxiliar, fiquei ali a espera que recuperasse e me desse uma resposta. Podia tê-lo ajudado mas decidi não me mover, não estava pronta para me deixar distrair e dar-lhe a oportunidade de fugir a pergunta, este deveria ser um momento de confissão, de esclarecimentos, uma porta que, alias, ele tinha aberto durante o decurso da noite.

- Porque perguntas?- Interrogou quando recuperou o uso da voz e sem desviar o olhar que tinha posado em mim.

- Detesto quando me tentas responder como um covarde, porque não é essa a imagem que tenho de ti, e tu sabe-lo. A pergunta é simples e a resposta também, eu aceito um sim ou não. - Fixei o meu olhar no dele. Não o deixaria fugir.

- Tens razão não sou um covarde e não o vou ser hoje também. Se queres mesmo saber o que sinto por ti e se prometeres não gozar comigo pela minha fraqueza...- Parou nesse momento, pedindo-me com os olhos compreensão e assentimento.

- Não estou a perceber nada do que dizes, independentemente da resposta que me deres, nunca irei gozar contigo, não és do tipo de homem com quem se brinca. Eu só quero saber o significado do que disseste a Loira no espeto.

- Loira no Espeto? A que veio ter connosco no pub?

- Para com isso já. Isso não tem importância agora, falaremos disso mais tarde. - Ordenei exasperada.- Responde já a minha pergunta!

o meu para sempre (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora