Capítulo VIII

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Se reunir com o conselho foi no mínimo cansativo. Ao menos Laurent pode se sentar, o que foi um alívio e tanto a seus pés inchados.

Antes de partir para cuidar dos feridos, Paschal havia entregado a Laurent uma carta antiga que provava uma conspiração do Regente para matar o próprio irmão e incriminar os akielons durante a guerra de Marlas. Aquilo pegou Laurent desprevenido, pois jamais tal hipótese passara por sua mente, mesmo que parecesse fazer sentido.

Ao levar aquilo à pequena reunião com o conselho, o destino de seu tio se tornou imediatamente óbvio. A pena de morte seria aplicada nos próximos dias.

Houve uma longa discussão sobre a ligação entre Laurent e Damen, especulações sobre como seu povo reagiria àquela informação, sobre como uma união como aquela era arriscada, sobre como as pessoas poderiam se revoltar ao saber disso. O príncipe rebateu cada hipótese levantada.

E é claro que por fim os conselheiros queriam saber se seria anunciado um casamento. Laurent conseguiu se livrar sem responder a essa questão.

Estava exausto ao fim da tarde, apenas se banhou rapidamente e rumou para seus aposentos. Ainda haveria uma festa em comemoração a vitória de Laurent aquela noite, e o príncipe obviamente devia aparecer. Ele só esperava pelo menos conseguir descansar um pouco antes disso.

Assim que entrou em seu quarto se deparou com Damen, levantando-se rapidamente do sofá. Ele seguiu até Laurent e o beijou novamente, desfazendo parte daquela tensão em seus músculos enquanto o ômega se permitia amolecer em seus braços.

O alfa beijou sua testa, acariciou suavemente seu rosto e logo começou a ajuda-lo a desfazer os laços de sua jaqueta.

— Seus criados me mandaram pra cá assim que terminei meu banho. — Damen murmurou suavemente.

— É claro. — Laurent murmurou tentando parecer impaciente e soando muito mais suave do que pretendia. — Eu basicamente expus o pescoço para toda a corte veretiana. Provavelmente em uma ou duas semanas toda Vere já saberá que você me marcou como seu ômega.

Damen emitiu um ruído que a Laurent soou quase que satisfeito.

Ele sorriu divertido enquanto o alfa terminava de desfazer os laços de sua manga e levava seu pulso aos lábios, beijando-o.

— Você gosta disso. — Laurent acusou-o. — Que todos saibam que eu sou seu. Que este filho é seu.

Damen não lhe deu uma resposta, apenas pegou sua outra mão e começou a desfazer os laços, mas Laurent não precisava de uma resposta para aquilo. Ele sentiu através do vinculo a leve excitação que aquelas palavras causaram nele.

Quando Damianos voltou a falar, já havia desfeito a maior parte dos laços da jaqueta, e terminava os laços de suas costas.

— Talvez você devesse me marcar também. — ele murmurou, empurrando suavemente as mechas de cabelo de Laurent e beijando sua nuca.

O príncipe sentiu um arrepio atravessar seu corpo, ao mesmo tempo em que seu coração batia com força. Ele se virou para encarar Damen, mas não encontrou em seus olhos nada além de sinceridade e devoção.

Não era normal que um alfa aceitasse ser marcado dessa forma. Nem mesmo era comum que alfas fossem marcados. Poderia acontecer, Laurent sabia disso. E isso ajudava a fortalecer ainda mais o vinculo entre os casais. Mas ômegas não possuíam o mesmo instinto alfa de morder e marcar um parceiro para si. Além disso, as glândulas de cheiro dos alfas não eram iguais as do ômega, era provável que tudo o que Damen sentisse ao ser mordido fosse dor.

— Você tem certeza disso? — Laurent perguntou imediatamente. — Não precisamos fazer isso.

Damen encarou-o por um momento, então levou as mãos à jaqueta de Laurent e ajudou-o a retira-la.

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