Capítulo 40: Me joguem aos lobos e eu voltarei líder da mamada

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Capítulo 40: Me joguem aos lobos e eu voltarei líder da mamada

ADRIAN

Bom, era verdade, eu não estava irritado.

Admito aqui com você: meu maior defeito seria o ressentimento. Quando fico irritado com algo (muito) mesmo perdoando não vou esquecer tão facilmente. E a partir daquele momento vou estar sempre pronto pra parar de falar com a pessoa pelas mínimas razões. Esse é meu traço tóxico. Porém com J não havia essa opção.

Eu não sou maluco.

Eu a perdoei assim que seus olhos se fecharam na minha frente naquela noite, quando desmaiou se chamando de idiota. Eu ficaria com ela até quando acordasse não importa o quê, para dizer que aquilo não é verdade e que tava tudo bem.

Não queria que ela perdesse mais tempo tendo sensações difíceis sobre o que falar comigo e essas coisas porque não era o caso.

Por isso garanti que ela entendesse a mensagem naquela hora.

Porém, aparentemente "eu não estou com raiva" não era o que ela queria que eu falasse!

Depois de entrarmos e cumprimentamos o resto do pessoal, ela não disse um piu pra mim. Mal me olhou mais, pra ser sincero. 

Agora Janet ficou brava.

Aceitei um copo de álcool e o aproveitei bem quando um dos caras gente boa do grupo de dança veio oferecer e conversamos um pouco, porém minha atenção estava em J pelo canto o olho. Fazia tempo tempo que eu não ia em uma festa assim e essa era nossa primeira juntos, é claro que queria muito ficar de casalzinho com ela, tomar bebida, jogar, dançar, beijar, tudo que se tem direito com ela, mas parece que o sonho morreu antes de começar. 

J parecia tão aborrecida que até preferia mexer no celular do que fingir ouvir o cara.

Minutos se passaram num silêncio de guerra fria e eu quebrei a cabeça tentando entender o que fiz de errado, contudo, novamente, venho apresentar meu segundo maior defeito: a falta de noção de um bom THL*.

(*Tempo, Hora, Lugar)  

Segurei J pela mão e a puxei do canto da parede para dançar na esperança de que isso a deixasse mais leve. Imediatamente suas sobrancelhas franziram num profundo V.

- Não sei isso..

- Eu acompanho você. - sorri.

- Argh, por que você tá assim hoje?

- Assim como?

- Assim.

Parei em minha ação de ir pro centro da festa na sala com ela e adorar o jeito dela dançar de qualquer maneira e a observei. Errei de novo? O que foi agora?

- Amor, assim como? - perguntei com calma, começando a ficar genuinamente preocupado.

Ela também me observava e com isso não aguentou mais, pegou minha mão firmemente e me puxou no meio da multidão encostada da escada, abriu a porta de um quarto aleatório sem bater na força do ódio e a fechou.

Quando ela virou, foi perceptível que naquele pequeno período seu rosto passou de fúria pra a beira das lágrimas. Me deixando ainda mais confuso, como se isso fosse possível.

𝐘𝐨𝐮𝐧𝐠 𝐖𝐢𝐭𝐜𝐡Onde histórias criam vida. Descubra agora