Epílogo

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10 anos depois

O jardim com parque para crianças perto da nossa casa era, ao mesmo tempo, um local estranho e familiar para Lilian. Tenho certeza de que ela já viu um, mas nunca foi convidada para estar lá.

A bruxa, usando suas vestes pretas leves e os cachos longos soltos, brincava com Maddy, minha pequena bebê, no escorrega bunda, exibindo o sorriso aberto bonito e deixando as mãos sempre do lado para segura-la.

Eu me sentia bem com aquilo.

Fechei os olhos por um momento para sentir a brisa passar, me lembrando do passado e de uma cena familiar da infância, com um bom sentimento de nostalgia.

Esse tempo nunca poderia voltar.

Lilian pareceu sentir o que eu pensei e virou-se bem a tempo de eu ver sua expressão ao abrir os olhos. Ela me encarou com o rosto um pouco preocupado.

Esses dias ela sempre vinha se preocupando com todo mundo.

Minha mãe.

Aquela mulher é minha mãe biológica. E, para mim, esse era um pensamento estranho e familiar ao mesmo tempo.

Eu, agora, não sentia raiva de ninguém ou ressentimento, mas passei um bom tempo evitando Amélia quando descobri a verdade. Foi um momento difícil.

Saber que Adrian poderia não estar vivo hoje, ou que eu nasci com um plano daqueles para a vida, ou que fui posta uma maldição para me afastar de Lilian e ela de não poder me amar, isso é complicado de aceitar.

Mas foi até Maddy nascer.

E ao olhar para minha filha, eu percebi que não queria cometer os erros que me foram impostos de ser criada com segredos, longe da verdadeira família e da magia.

Sorri para Lilian, sinalizando que estava tudo bem.

E ao olhar para as duas, o sorriso com covinhas profundas de Maddy quando era jogada no ar, os olhos castanhos que nem o do pai brilhando de felicidade, eu me sentia em paz. O futuro dela iria ser tão maravilhoso.

Ela iria ter a melhor avó que alguém poderia pedir.



𝐘𝐨𝐮𝐧𝐠 𝐖𝐢𝐭𝐜𝐡Onde histórias criam vida. Descubra agora