Cidade de Nova York, fevereiro de 2013.[1]
O sol do meio da tarde cortava os imensos arranha-céus, dando forma às suas sombras ao longo das avenidas tomadas pelo mar de carros. Numa rua movimentada de Manhattan, em Midtown, uma jovem garota passeava com seus pais em meio ao ritmo frenético da cidade nova-iorquina.
A pressa em seus passos acelerados denunciava o pouco tempo que restava daquela viagem que fizera aos Estados Unidos da América. Embora fosse mais uma viagem turística para seus pais, para ela era uma maravilhosa oportunidade de entrar em contato com a cultura local.
A viagem de pouco mais de uma semana foi o suficiente para ela conhecer as cidades do país que mais lhe fascinavam. Los Angeles, a capital do Cinema. Washington, a cidade mais poderosa do mundo. Nova York, o centro social e econômico do país.
Enquanto esteve visitando estas cidades, apenas tinha comprado roupas, algo que para ela não acrescentava nada à sua vida. Tentando levar algo de relevante daquela viagem, decidiu investir seu dinheiro em algo que ela não cansava de comprar: livros.
Aquele bairro era conhecido pelas suas inúmeras lojas de livros usados. E seu desejo por conhecimento obrigara seus pais a leva-la àquela região para satisfazer sua sede por leitura.
Sem pensar duas vezes, ela adentrou na primeira loja que avistou.
Em meio às inúmeras fileiras de estantes, a garota não sabia o que procurar. Romance não era um gênero que ela gostava. Muito menos terror. Talvez um policial fosse algo animador para suportar as mais de doze horas de voo de volta à sua terra natal, a Itália.
Andando em meio às prateleiras, passou pela seção de ficção-científica. Embora gostasse de ler as histórias sobre sociedades do futuro imaginadas por vários autores, ela não estava no clima de encarar livros que muitas vezes contavam a mesma coisa. Mas ao passar a vista sobre as obras ali presentes, algo lhe chamou a atenção.
Misturado aos vários títulos, um livro grosso, surrado, de capa azul escura, lhe fez puxa-lo para matar sua curiosidade. Embora bem conservado, ele já demonstrava os sinais do tempo através de suas páginas meio amareladas. Ela folheou com cuidado e voltou-se para a sua capa.
As únicas palavras ali existentes se destacavam por suas letras douradas que já não emitiam tanto brilho.
O Livro de Ormoshi.
A garota leu o título em inglês sem entender o porquê daquele nome.
Para sua maior estranheza, não havia nome de autor algum. Nenhuma figura que o identificasse. Nada. Imediatamente, abriu suas primeiras páginas e passou a lê-lo. Logo, as palavras das primeiras linhas saltaram aos seus olhos de modo perturbador.
Estas folhas as quais leem no chamado Livro de Ormoshi é o primeiro anexo à obra homônima, não pertencente aos documentos originais resgatados por nós. Ela é um testamento às gerações que folhearão estas páginas com o propósito de adentrarem com plena consciência nos fatos escritos e compreendidos pelas antigas Mentes conhecedoras desse Grande Mistério, até então oculto aos povos de nossa civilização.[2]
Ela passou a mão nos seus cabelos negros, tirando a franja dos olhos para ler novamente. Aquilo era de fato estranho, e o fascínio que aquele texto lhe provocava a fez mergulhar mais a fundo nele.
A princípio, contava a história de um livro perdido de uma antiga civilização. Mas à medida que lia aquelas primeiras páginas, o que parecia inicialmente ser uma mera ficção literária se tornava um desafio a tudo o que ela já havia lido a respeito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Harashi - Os Mestres da Luz - Livro 1: A Guerra do Princípio
Science-FictionEm julho de 1947 um módulo tripulado por quatro seres foi abatido pela Força Aérea Americana acima do deserto de Roswell. O evento força o então presidente dos Estados Unidos Harry S. Truman a criar o Majestic-12, um grupo de militares e cientistas...