Bom dia príncipe encantado. Parece que finalmente voltou a dormir o sono da beleza. Henry ironizou Gabriel, que acabara de entrar no ônibus.
- Acho que ele foi dormir na fortaleza dos rebeldes, isso sim. Ligamos para você a noite toda, e não nos atendeu. Se não estivéssemos tão cansados iríamos te procurar na sua casa. – Cortou Nicolas, segurando no ombro do amigo sentado ao seu lado.
- Passei o dia na biblioteca estudando. Quando cheguei em casa fui direto para o meu quarto dormir. – Gabriel respondeu aos amigos um tanto quanto inseguro.
- Sasha me falou que te encontrou quando você estava indo embora. Ela disse que te achou... estranho. Aconteceu alguma coisa?
- Já disse que não aconteceu nada. Apenas estava exausto do dia. Eu precisava era dormir, e agora estou novo. – Disse o amigo, retrucando.
- Espero que esteja mesmo, porque vamos ter chamada oral na aula de Geografia Política. – Gabriel mal teve tempo de falar, quando notou que ônibus acabara de chegar ao colégio. Após estacionar, os estudantes se dirigiram aos vários portões da escola a passos acelerados. Aquela pressa em chegar logo às salas evidenciava o período em que todos se encontravam: os temidos exames.
Os três amigos se misturam à multidão de alunos naquela procissão a caminho da rotina matinal. No corredor central, logo se dirigiram aos seus armários, onde guardavam os mais variados objetos.
De materiais e livros até roupas e bolas de basquete.
Chegando ao seu armário, Gabriel tirou a chave do bolso de sua calça para abri-lo. Entretanto, ele não se lembrava do estado em que o havia deixado nos últimos dias.
Para seu infortúnio, aconteceu o que ele jamais esperava.
Ao abri-lo, uma avalanche de livros e sapatos desabou em cima dele.
Assustado, Gabriel agiu por reflexo empurrando tudo de volta ao armário, gerando uma onda de choque com o movimento de suas mãos.
Mesmo agindo em poucos segundos, o forte impacto junto com a atitude desengonçada do amigo chamou a atenção de Nicolas que viu, assombrado, a porta do armário sendo fechada sem que Gabriel a tocasse.
Ele piscou duas vezes imaginando ter tido uma alucinação, embora tivesse certeza do que havia presenciado.
- Como você fez isso? – Perguntou Nicolas, assustado.
- O que? – Respondeu Gabriel, apreensivo, imaginando se o amigo havia realmente testemunhado o que acontecera.
- Fechar o armário sem tocá-lo. – Nicolas tropeçava nas próprias palavras, quase gaguejando. – Eu vi o que você fez Gabriel...
- Isso se chama reflexo, idiota. – Respondeu Henry, caçoando de Nicolas, voltado desde o início para seu armário. – Ele apenas...
-... Bati a mão na porta com força. – Disse Gabriel, ainda se recuperando daquele fenômeno inesperado, tentando se justificar em meio a tropeços.
Para seu alívio, a sirene do Colégio soou, ecoando o toque de recolher e encerrando de vez aquela polêmica.
– Vamos. Não quero levar bronca do nosso professor. – Gabriel entrou de imediato na sala, deixando Nicolas e Henry sozinhos no corredor.
- Cara, eu juro. Eu sei o que vi. Ele sequer encostou naquela porta! – Nicolas se virou para Henry com uma expressão que variava entre o espanto e a sinceridade. – Não sei como ele fez aquilo, mas eu vi...
- Esqueça isso... Você está ficando tão perturbado quanto ele. Relaxe, vamos nos divertir um pouco com essa chamada oral. – Henry chamou Nicolas para dentro da sala, dando-lhe uma tapa no ombro. Nicolas o seguiu, desnorteado.
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Harashi - Os Mestres da Luz - Livro 1: A Guerra do Princípio
Ficção CientíficaEm julho de 1947 um módulo tripulado por quatro seres foi abatido pela Força Aérea Americana acima do deserto de Roswell. O evento força o então presidente dos Estados Unidos Harry S. Truman a criar o Majestic-12, um grupo de militares e cientistas...