Capítulo 46 - Vai ficar tudo bem

285 28 1
                                    

POV Lauren Jauregui

Uma semana depois daquele fiasco de jantar em família, não abri a boca para falar sobre o que houve. Camila sempre me perguntava o que estava acontecendo, mas não conseguia dizer nada. Aquilo tudo me chateou muito. Consequentemente acabei me isolando um pouquinho e o clima entre nós ficou meio esquisito. Não queria que ela se culpasse por algo, porém, essa atitude parece estar fazendo ela pensar que o problema é com ela.

No trabalho passei a maior parte do tempo isolada no laboratório focando em minha pesquisa, e mal falava com as meninas também. Todos estavam estranhando o meu comportamento. Eu costumava ser um pouco chata e exigente, mas nunca distante. Porém, naquela semana foi assim.

— Lolo, eu preparei Chilli apimentado, do jeito que você gosta, e fiz uma torta de maçã com canela. Vamos jantar?

Camila entrou no quarto e eu estava em nossa cama com os olhos vidrados no notebook digitando minhas novas descobertas sobre a pesquisa, e incluindo os resultados do primeiro paciente da fase de testes.

— Já estou indo, amor. — respondi sem tirar os olhos da tela.

Digitei as últimas palavras e salvei o arquivo, fechando a tela do notebook em seguida.

— Tudo bem, te espero na mesa. — seu tom parecia meio desanimado.

Droga. Eu odeio estar fazendo isso com ela. Mas não me sinto pronta para falar algo a respeito. Se eu dissesse algo, outras perguntas iriam surgir, e no momento só me sinto... Quebrada. Preciso juntar os caquinhos primeiro para ter forças para me expressar. E isso não quer dizer que eu não confio nela, eu só... Só preciso de um tempo.

Saí da cama e vesti o meu robe que estava no closet e segui para a mesa de jantar. Ao chegar, notei que tudo estava preparado e arrumado sobre a mesa. Camz é muito atenciosa. Sentei-me e aguardei ela voltar da cozinha, carregando consigo uma jarra de suco, que parecia ser de laranja.

— O cheiro está ótimo — dei um meio sorriso —, aposto que o sabor deve estar maravilhoso.

— Pode apostar que sim — soltou uma piscadela. — Receita da mama, tem um toque especial.

Camz me serviu um pouco de suco e comecei a servir os nossos pratos.

Começamos a comer em silêncio. O som da TV tomava conta do ambiente. Não estava gostando daquilo. Camz parecia magoada e manteve-se. Ela percebia que havia algo de errado.

Após dez minutos ouço uma falação no corredor dos apartamentos, e logo a porta de casa sendo aberta e, por ela, passando Dinah acompanhada de Mani, Ally e Vero. Pareciam rir de algum assunto ou besteira que comentaram uma com a outra. Dinah bateu os olhos sobre a mesa de jantar, depois olhou para mim e para Camila.

— Eba, eu estava mesmo com fome! — falou esfregando as mãos uma na outra.

Mani encarou-me com um olhar meio sério, e sabia que a qualquer instante ela iria me fazer abrir a boca para falar, eu querendo ou não. Então só esperaria. Se tem uma pessoa com um poder de persuasão, é a Mani. Ah, essa doida me conhece desde criança, é minha melhor amiga, o que fazer, né? Não tenho escolhas.

— Bom, sintam-se à vontade! — Camz falou após beber o suco.

— Só não senta muito perto de mim, porque não quero pegar virose. — digo em tom brincalhão.

— Você também não tem muito como fugir. — direcionou seu olhar para Camila. — E quem está mais propensa a pegar a virose é a Dinah, já que é a boca dela que eu beijo todos os dias. E você, Mila? Tá melhor?

— Sim, estou. As dores de cabeça diminuíram e os enjoos também. Ainda bem que não tive febre. — respondeu e encarou Dinah. Ambas sustentaram um olhar intenso por alguns segundos com o semblante sério. Pareciam conversar mentalmente.

Assunto Inacabado (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora