Capítulo 12 - Branca como a Neve

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Enfim respostas... 

Boa leitura!!

...

POV Lauren Jauregui

De repente senti alguns flashes retornando a minha memória, mas pareciam ainda confusos... Lembranças... Vindo de forma retalhada...

Quando eu era criança, tive o privilégio de assistir ao fenômeno astrológico que acontecia, sei lá, pelo menos umas duas vezes no ano. Era o eclipse. A união do Sol e da Lua. Presenciei naquela tarde aquele encontro magnífico, que aos olhos de uma criança era mágico. Admirei por poucos minutos aquele acontecimento encantada com a rapidez em que se juntavam e se separavam novamente.

Me perguntava como aquilo era possível e porque demoravam tanto para se reencontrar. Porque estavam separados? Este dia em específico, eu me lembrei porque minha avó me contou uma história muito bonita sobre o amor do Sol e da Lua.

O Sol e Lua eram apaixonados. Mas quando o mundo foi criado, ficou decidido que o Sol iluminaria o dia, e a Lua iluminaria a noite. Seriam obrigados a viver separados.

Abateu-se sobre eles uma tristeza quando tomaram conhecimento que nunca mais se encontrariam. A Lua foi ficando cada vez mais amargurada, mesmo com o brilho que lhe foi dado, ela foi se tornando solitária. O Sol por sua vez tinha ganho o titulo de astro rei, ou seja, aquele que teria a luz mais forte de todas, mas isso também não o fez feliz.

Eles ficaram cada vez mais tristes, apesar de cumprirem seus papéis em iluminar o dia e a noite com maestria.

O criador, comovido com a tristeza do Sol e da Lua, decidiu que nenhum amor neste mundo seria impossível, nem mesmo o da Lua e do Sol... Foi então que ele criou o eclipse, para que pudessem se encontrar e se amar.

Hoje a Lua e o Sol vivem a espera desse instante, desses raros momentos que lhe foram concedidos e que aguardam tanto para acontecer.

Por que esse pensamento me veio em mente? Porque em todas as noites em que estive naquele apartamento, Camila foi a minha companhia. Mesmo que ela estivesse em seu sono mais profundo, eu via nela a luz que eu precisava a cada instante, a cada noite em que me sentia fraca. Ela me fazia ter esperança de que tudo poderia dar certo de alguma forma. Ela me confortava quando eu estava prestes a desistir — pela minha insegurança —, mesmo com nossas implicâncias. E durante o dia, quando ela estava de pé, eu enxergava que dentro dela também existia uma tempestade, mas que mesmo assim ela estava ali tirando o seu tempo para me ajudar. E eu tentava distraí-la de algum jeito. Porque da mesma forma que eu me sentia iluminada por sua luz noturna, eu queria poder iluminá-la e esbanjá-la com a minha luz durante o dia. Sim, eu fiz essa comparação, porque de certa forma sinto como se ela me completasse ou fosse a chave para tudo isso. Como se ela fosse a metade que faltava nesse quebra cabeça chamado vida. Estamos tão longe, mas também tão perto, entende? Quero ser o seu Sol, da mesma forma que ela têm sido a minha Lua. Eu não sei explicar o porquê, mas estou sentindo um apego por ela... Uma coisa.

Se a Lua e o Sol conseguiram dar um jeito, por que eu não poderia acreditar nisso também? No impossível ou improvável?

Tum tum...

Não consegui permanecer naquela sala por nem um minuto a mais. A medida que eu ouvia, mais medo sentia. Eu não estava gostando nada do rumo que a conversa estava tomando, por isso abandonei todas e fugi. Mas quanto mais eu me afastava daquela sala, mais sentia como se minhas lembranças estivessem voltando a minha memória. Talvez andar por este hospital, e rever todos que fizeram parte da minha vida, estava me fazendo lembrar de tudo. E o meu nome foi a primeira coisa nisso tudo. Sentia-me extremamente feliz por me lembrar de uma coisa tão simples, e por rever as minhas amigas. Eu ainda não tinha noção de quanto tempo havia passado até elas mencionarem este acidente. Dois meses é bastante tempo...

Assunto Inacabado (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora