CAPÍTULO 9

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MEnOoi

* ALGUMAS HORAS ANTES *

Venice estava dormindo tranquilamente, a bochecha vermelha e gordinha estava pressionada contra o travesseiro, nem aquele semblante sereno que transmitia sossego estava sendo capaz de acalmar o coração agitado de Pete. Não conseguia dormir, tampouco se acalmar.

Não conseguia acreditar que Vegas, novamente, havia partido sem se despedir. Exatamente como quando brigaram há anos atrás e Pete o mandou ir para a faculdade.
Se lembrava perfeitamente do olhar de raiva do rapaz enquanto fazia suas malas, se lembrava da sensação de medo em seu peito, da vontade de gritar para que ele ficasse e também da falta de coragem, não podia aceitar que o marido (na época) deixasse de ir para a faculdade que sempre quis por sua causa.

Mas dessa vez era diferente, eles tinham Venice.

Ele não podia ter partido sem ao menos dar um beijo no pequeno, sem dar um tchau a Pete. Sequer devia tê-lo abandonado naquele momento, quando mais precisava dele. Pete não sabia o que fazer mas sabia que não podia perder os dois daquela forma, era demais.

Angustiado, ele se levanta da cama e caminha até a janela. Através dela, podia ver o sol raiando enquanto as nuvens se dissipavam no ar. Apesar de tudo estar molhado, não estava mais chovendo. Seus olhos buscam novamente a imagem de seu garotinho adormecido sobre o colchão de casal e então um suspiro pesado deixa seus lábios, ele tinha que fazer alguma coisa.

Tomado pelo medo de perder mais alguém que amava, Pete pega a bolsa de Venice e coloca dentro dela algumas roupas e fraldas. Ele tinha que sair dali, tinha que tirar Venice dali. Repetia a si mesmo, de novo e de novo que não podia perdê-lo, que ficaria com ele com ou sem Vegas.

Naquele momento, amaldiçoava ao ex-marido mentalmente. Era um maldito covarde que o abandonou, não uma, mas duas vezes e em uma delas com um bebê, mesmo após pedir diversas vezes para que ficasse. Se estava óbvio que deviam ficar juntos, por que só não ficavam de uma vez?

Pete não tinha carteira de motorista e nem um carro, não podia ir muito longe. Porsche morava há quinze minutos dali, teria que ser o suficiente por agora, depois daria um jeito de ir para outro lugar. Com Venice aquecido em seu cobertor quente, Pete o toma nos braços e logo deixa sua casa seguindo até a casa do melhor amigo.

Com o peso do filho e da mochila, aqueles quinze minutos se tornaram trinta mas finalmente estava ali.

Pete toca a campainha e suspira pesado enquanto tentava repor o ar perdido, não demora muito até Porsche abrir a porta com uma expressão de confusão e surpresa. Diante da feição do garoto, a ficha de Pete parece cair sobre tudo que estava acontecendo, então, as lágrimas surgem em seus olhos.

— Vegas foi embora — ele diz já chorando — Ele nem se despediu, Porsche, ele só foi... 

— Pete — Porsche murmura com um tom de pesar, ele se aproxima do amigo e o abraça.

— Ligaram ontem e disseram que têm um lugar pro Venice — Pete soluça ao se afastar, ele usa uma das mãos para secar as lágrimas que escorriam e logo busca os olhos do outro — Mas não vou deixar que o levem, não vou. 

Porsche o olha por alguns segundos tentando processar todas aquelas informações, era muita coisa para poucos segundos. Ele abre um pouco mais a porta e dá espaço para que o garoto entre junto do bebê.

— Tudo bem, Pete. Só tenta se acalmar — Porsche pede com calma e guia o amigo até o sofá para que se sentasse. Kinn desce as escadas em meio a um bocejo e franze o cenho ao ver Pete ali — Pode ir dar alguma coisa pra ele comer?

DEAR EX-HUSBAND || VEGASPETE (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora