II CAPÍTULO - 13 II

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Dias depois...

Matias

Ouço o som da porta se abrindo, mas não me dou ao trabalho de tirar os olhos do meu anjo de cabelo negro que esta adormecida em meu peito. Depois de horas conversando consegui fazê-la dormir, meus olhos se mantiveram abertos por toda a noite, agora ouço os passos de alguém que anda pelo quarto e só consigo comtemplar o sol que adentra o espaço pela janela de vidro. Deus está me dizendo que mais um dia se inicia e que eu estou aqui, nesta cama de hospital me sentindo um invalido, mesmo com todas as possibilidades ditas pelos médicos que ainda á uma chance, eu me sinto um covarde.

— Estava com medo de entrar aqui. – meu irmão fala olhando a bagunça no quarto.

— Eles estão vivos? – Ícaro pergunta.

— Sim, apenas colocando as coisas no lugar. – minha mãe caminha até a cama e beija a minha testa em um gesto de carinho. — Como você está se sentindo hoje, meu filho? – um sorriso irônico escapa por entre meus dentes, não consigo disfarçar.

— Estou indo bem, eu acho. – não finjo estar forte, porque lá no fundo eu sei, que preciso da sua proteção.

— Estamos com você meu garoto. – meu pai segura forte em meu braço.

— Eu sei pai. – meu padrinho entra e olha para a filha.

— Ela apagou, tadinha estava esgotada. – ele passa a mão nos fios negros e sedosos da minha peste, e a faz se mexer um pouco.

— Mano. – chamo meu irmão, que em instantes está ao meu lado.

— Manda!. – meu sorriso é espontâneo.

— Leva a peste para o quarto que ela está ficando. – ele concorda, minha família locou um quarto, já que ninguém quer me deixar sozinho.

— Espero que isso seja só para ela dormir mais confortável. — Ícaro me fala, todo protetor com a irmã.

— Se conseguisse não pediria para ninguém fazer isso, eu mesmo a levaria, não é confortável ficar em uma posição apenas e ela está assim desde que dormiu. – sei que minhas palavras saem como forma de grosseria mas, estou no meu limite.

— Só estou deixando claro Matias, que se magoar minha irmãzinha não me importo em bater em uma pessoa em uma cadeira de rodas. – ele me ameaça como se minha atual situação não fosse nada e é por isso, que somos bons amigos.

— Ícaro, isso é jeito de falar com alguém que acabou de acordar de um coma? – João o repreende.

— Ah, por favor, vocês vão tratá-lo diferente somente porque está em uma cadeira de rodas? – Todos o encaram sem reação. — Podem esquecer, eu não vou, mesmo se quiser tratamento diferenciado de mim, procure outro amigo, porque para mim não mudou nada, ele continua um ranzinza que reclama de tudo. – ele cruza os braços com cara de bravo e eu interiormente sorrio.

— Filtro garoto. – Camila o repreende e vem em minha direção. — Como você está, meu bem? - todos observam o carinho que ela tem em falar comigo, mal sabem eles que ela foi o anjo que me escutou por muitas e muitas noites por telefone ou via vídeo durante sete anos, pelo simples fato dela sentir falta do que poderia ter e eu pelo que tive e não cuidei.

— Estou tentando não pirar, Camila. – ela me dá um beijo carinhoso na testa.

— Vai dar tudo certo, você não está desamparado e vai passar por isso, sua família está aqui. – ela faz um gesto com a mão mostrando todos ao nosso redor, eu a puxo para um abraço desajeitado com a peste ainda em meus braços.

PERFEITO PARA VOCÊ! LIVRO 2 - Duologia PerfeitosOnde histórias criam vida. Descubra agora